Páginas

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Por que orar se Deus conhece nossas necessidades" - Carson

Caro leitor:

Vale muito a pena ver este video de apenas 4 minutos.



quinta-feira, 24 de março de 2011

A NECESSIDADE DE APROVAÇÃO


Por: Celeste

Escolhi este texto, pois estive em uma situação a qual fui repreendida por expressar minha opinião, a questão toda é que estavamos em uma reunião em que no fim todos queriam intimamente fazer uma pergunta capciosa à respeito da liderança, porém quando o fiz todos tiveram as respostas que queriam, porém não fui bem vista pelo atrevimento. Isso me irritou extremamente.

“Olhe para sua vida como você tem preenchido seu vazio com pessoas. Como consequência, elas lhe deram uma “chave-de-braço”. Veja como elas controlam seu comportamento com aprovação ou desaprovação. Detém o poder de aliviar sua solidão com companhia, de enviar seu espírito para as alturas com elogios e de trazê-lo às profundezas com críticas e rejeição. Olhe para si mesmo, gastando quase todos seus momentos apaziguando e agradando pessoas, estejam elas vivas ou mortas. Você vive pelas normas delas, se conforma a seus padrões, busca sua companhia, deseja seu amor, morre de medo de ser ridicularizado, anseia por seu aplauso, submete-se mansamente à culpa que colocam sobre você; fica aterrorizado em contrariar a moda ao vestir-se, falar, agir e até mesmo pensar. Mesmo quando as controla, observe como você depende delas e é escravizado por elas. As pessoas se tornaram uma parte tão grande de sua existência que você nem sequer consegue imaginar uma vida que não seja afetada ou controlada por elas.”

Texto retirado do:
Livro: The way to love (O Caminho do Amor)
Autor: Anthony DeMello

quarta-feira, 16 de março de 2011

Atualizando o Sistema Operacional da Igreja




Em um encontro realizado na Noruega, Neil Cole – autor do livro Igreja Orgânica – nos explica a necessidade de um “upgrade” no sistema operacional da Igreja.

Algumas perguntas para a reflexão de todos aqueles que estão atentos ao mover do Espírito em nossa geração:

1) A questão das finanças - É lícito, ético, bíblico a Igreja gastar mais dinheiro em estruturas eclesiásticas (salários, imóveis, eventos, etc) do que com os necessitados da Igreja e com missões? E mais: onde, no NT, encontramos bases bíblicas para cobrar o dízimo como um imposto compulsório? Se a Lei do AT se aplica na questão dos dízimos, quais são os parâmetros desta linha teológica que separa o dízimo malaquiano dos demais preceitos do pacote mosaico (como a circuncisão e a guarda do sábado) cuja obrigatoriedade foi abolida após o advento do Messias?

2) A questão do clericalismo - Desde a Reforma Protestante, “sacerdócio universal” se tornou uma espécie de jargão teológico de cunho meramente posicional, com pouquíssima ou nenhuma expressão prática na Igreja Protestante. Apesar da ruptura com o catolicismo há 500 anos atrás, ainda favorecemos a infame distinção entre cleros e leigos na Igreja. Como devolver o sacerdócio aos discípulos, tornando-os participantes da colheita ao invés de meros expectadores de culto? E mais: como pastorear as ovelhas sem controlá-las ou torná-las co-dependentes, formando obreiros para servir o Reino, ao invés de mantê-las eternamente em simbiose clero-laical? Como mudar a imagem do presbitério, do pastor-sacerdote ao mentor-facilitador?

3) A questão missional – O “culto”, em seu formato tradicional, é a vaca sagrada do evangelicalismo. O sermão pregado por um orador profissional foi transformado no “clímax espiritual” da experiência cristã. Na prática, a maioria dos evangélicos entende que ir a um culto, cantar e ouvir uma mensagem é a coisa mais importante na fé cristã. Como resultado, a maior parte dos recursos da Igreja (pessoas, tempo e dinheiro) são gastos na preparação de eventos. Onde estão as bases bíblicas para esta prática? Como canalizar os recursos disponíveis de maneira eficiente para tornar a Igreja mais missional e menos ensimesmada? Como podemos otimizar os recursos na Igreja para gastar mais tempo com os perdidos e com os necessitados, ao invés de gastar a maior parte do tempo entretendo os que já são salvos?

4) A questão da koinonia – No Novo Testamento, a Ekklesia era “costurada por relacionamentos”. Hoje em dia, muitas vezes é composta por um amontoado de estranhos que se reunem uma vez por semana para “adorar a Deus” e ouvir um sermão. A ênfase da Igreja é a pregação ao indivíduo, não o estilo de vida comunitário. O sucesso de uma igreja local é medido pelo número de cabeças em um culto, não pela profundidade dos relacionamentos entre os membros. Como criar ambientes de aprendizado, oração e ministração em que ao mesmo tempo possamos nos conhecer intimamente e “lavar os pés” uns dos outros?

Por mais que falemos de reforma e da relevância da Igreja na pós-modernidade, toda mudança que fizermos será meramente cosmética se não mudarmos o sistema operacional da Igreja. É imperativo que dediquemos tempo para refletir e discutir estas questões, esforçando-nos para fornecer respostas sinceras à nossa geração. Disso depende o legado que oferecemos a nossos filhos.

Precisamos urgentemente de um upgrade.

Ecclesia semper reformanda est.

© Pão & Vinho

terça-feira, 8 de março de 2011

A escolha entre o clube e o Caminho



Há dois modelos básicos de igreja. Há os chamados para fora... e os chamados para dentro.

Igreja, de acordo com Jesus, é comunhão de dois ou três... em Seu Nome... e em qualquer lugar...

E mais: podem ser quaisquer dois ou três... e não apenas um certo tipo de dois ou três... conforme os manequins da religião.

Igreja, de acordo com Jesus, é algo que acontece como encontro com Deus, com o próximo e com a vida... no 'caminho' do Caminho.

Prova disso é que o tema igreja aparece no Evangelho quando Jesus e Seus discípulos estavam no 'caminho' para Cesareia de Filipe: um lugar 'pagão' naqueles dias.

Assim, tem-se o tema igreja é tratado no 'caminho' e em direção à 'paganidade' do mundo.

Para Jesus o lugar onde melhor e mais propriamente se deve buscar o discípulo é nas portas do inferno, no meio do mundo!

Não posso conceber, lendo o Evangelho, que Jesus sonhasse com aquilo que depois nós chamamos de 'igreja'.

Digo isto porque tanto não vejo Jesus tentando criar uma comunidade fixa e fechada, como também não percebo em Seu espírito qualquer interesse nesse tipo de reclusão comunitária.

No Evangelho o que existe em supremacia é a Palavra, que tanto estava encarnada em Jesus como era o centro de Sua ação.

No Evangelho nenhuma igreja teria espaço, posto que não acompanharia o ritmo do reino e de seu caminhar hebreu e dinâmico.

Jesus escolhe doze para ensinar... não para que eles fiquem juntos. Ao contrário, a ordem final é para ir...

Enfim... são treinados a espalhar sementes, a salgar, a levar amor, a caminhar em bondade, e a sobreviver com dignidade no caminho, com todos os seus perigos e possibilidade (Lc 10).

No caminho há de tudo. Jesus é o Caminho em movimento nos caminhos da existência. E Seus discípulos são acompanhantes sem hierarquia entre eles.

No mais... as multidões..., às quais Jesus organiza apenas uma vez, e isto a fim de multiplicar pães.

De resto... elas vem e vão... ficam ou não... voltam ou nunca mais aparecem... gostam ou se escandalizam... maravilham-se ou acham duro o discurso...

Mas Jesus nada faz para mudar isto. Ele apenas segue e ensina a Palavra, enquanto cura os que encontra.

Ao contrário..., vemos Jesus dificultando as coisas muitas vezes, outras mandando o cara para casa, outras dizendo que era preciso deixar tudo, outras convidando a quem não quer ir...; ou mesmo perguntando: Vocês querem ir embora?

Não! Jesus não pretendia que Seus discípulos fossem mais irmãos uns dos outros do que de todos os homens.

Não! Jesus não esperava que o sal da terra se confinasse a quatro dignas e geladas paredes de maldade.

Não! Jesus não deseja tirar ninguém do mundo, da vida, da sociedade, da terra... mas apenas deseja que sejamos livres do mal.

Não! Jesus não disse "Eu sou o Clube, a Doutrina e a Igreja; e ninguém vem ao Pai se não por mim".

Assim, na igreja dos chamados para fora, caminha-se e encontra-se com o irmão de fé e também com o próximo que não tem fé... e todos se trata com amor e simplicidade.

Em Jesus não há qualquer tentativa de criar um ambiente protegido e de reclusão; e nem tampouco a intenção de criar uma democracia espiritual, na qual a média dos pensamentos seja a lei relacional.

Em Jesus o discípulo é apenas um homem que ganhou o entendimento do Reino e vive como seu cidadão, não numa 'comunidade paralela', mas no mundo real.

Na igreja de Jesus cada um diz se é ou não é...; e ninguém tem o poder de dizer diferente... Afinal, por que a parábola do Joio e do Trigo não teria valor na 'igreja'?

Na igreja de Jesus... pode-se ir e vir... entrar e sair... e sempre encontrar pastagem.

O outro modo de ser igreja é, todavia, aquele que prevaleceu na história. Nele as pessoas são chamadas para dentro, para deixar o mundo, para só considerarem 'irmãos' os membros do 'clube santo', e a não buscarem relacionamentos fora de tal ambiente.

A comunidade de Jerusalém tentou viver assim e adoeceu!

Claro!

Quem fica sadio vivendo num mundo tão uniforme e clonado?

Quem fica sadio não conhecendo a variedade da condição humana?

Quem fica sadio se apenas existe numa pequena câmara de repetições humanas viciadas?

Sim, quem pode preservar um mínimo de identidade vivendo em tais circunstâncias? Nesse sapatinho de japonesa?

É obvio que os discípulos precisam se reunir..., e juntos devem ter prazer em aprender a Palavra e crescer em fé e ajuda mutua.

Todavia, tal ajuntamento é apenas uma estação do caminho, não o seu projeto; é um oásis, não o objetivo da jornada; é um tempo, não é o tempo todo; é uma ajuda, não é a vida.

De minha parte quero apenas ver os discípulos de Jesus crescendo em entendimento e vida com Deus, em amizade e respeito uns para com os outros, em saúde relacional na vida, e com liberdade de escolha, conforme a consciência de cada um.

O 'ajuntamento' que chamamos igreja deve ser apenas esse encontro, essa estação, esse lugar de bom animo e adoração.

O ideal é que tais encontros gerem amizade clara e livre, e que pela amizade as pessoas se ajudem; mas não apenas em razão de um certo espírito maçônico-comunitário, conforme se vê... ou porque se deu alguma contribuição financeira no lugar.

A verdadeira igreja não tem sócios... Tem apenas gente boa de Deus... e que se reúne e ajuda a manter a tudo aquilo que promove a Palavra na Terra.

Tenho pavor de comunidades!

Elas são ameninantes para a alma, geram vilas de doenças, produzem inibição dos processos de individuação, e tornam os homens eternos imaturos... sempre com medo do mundo e da vida.

Sem falar que em todo mundo muito pequeno, como o da 'comunidade', as doenças tendem a aumentar... e a ganhar caras e contornos de perversidade travestida de piedade...

É o que eu chamo de peidade! Fica todo mundo querendo se meter onde não foi chamado... É um inferno!

Quero ver pessoas que sejam 'gente boa de Deus'; gente descomplicada e desviciada de 'igreja'; gente que aprenda o bem do Evangelho primeiro para si e em si mesmas..., e apenas depois para fora...

Portanto, não se trata de um movimento 'sacerdotal', intimista e fechado; mas sim de um andar profético, aberto e continuo...

Lá não se busca a média da compreensão... Ao contrário, lá se força a compreensão...

Lá só fica quem realmente quer... e não tento jamais dissuadir ninguém ao contrario de sua vontade.

Não há complicação. Tudo é muito simples. E quem não achar que serve, está sempre livre a achar o que lhe agrada em qualquer lugar.

Ou não foi assim que Jesus tratou a tudo no caminho?

A escolha que se tem que fazer é essa: ou se quer uma 'comunidade' que existe em função de si mesma, e para dentro; ou se tem um 'caminho de discípulos', e que se encontram, mas que não fazem do encontro a razão de ser da vida.

A meu ver, no dia em que prevalecer o modelo do 'caminho', conforme Jesus no Evangelho, a vida vai arrebentar em flores e frutos entre nós e no mundo à nossa volta; e as pessoas serão sempre muito mais humanas, descomplicadas e sadias...

Mas se continuar a prevalecer o modelo 'comunitário de Jerusalém'... que de Jerusalém tem apenas o intimismo e o espírito sectário... não se terá jamais nada além do que se teve nesses últimos dois mil anos; ou seja: esse lugar de doentes presunçosos a que chamamos de 'igreja'.

Para isto... para esta coisa... não tenho mais nenhuma energia para doar. Mas para a vida como caminho, ofereço meu coração mais jovem do que nunca.


Caminho da Graça

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails