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sábado, 25 de dezembro de 2010

SEM TODAS AS RESPOSTAS

Francis Schaeffer escreveu que “devemos falar quando a Bíblia fala e calar quando a Bíblia cala”. Há mistérios que a Bíblia não explica. Há tensões que não conseguimos resolver, como, por exemplo, a tensão entre a predestinação e a responsabilidade humana. Ou uma explicação decente sobre o problema do sofrimento.

Com o passar do tempo tenho tido cada vez menos paciência com especulações teológicas. Creio que há certos aspectos da fé que simplesmente não tem resposta. Deus nos deixa no silêncio. Isso não significa que não existam respostas inteligentes e coerentes. Apenas que “por hora” (e esta “hora” durar ainda milhares ou milhões de anos) Deus decidiu nos deixar sem elas.

Isso é libertador porque não preciso encontrar explicação para todas as dúvidas, dilemas, “contradições”, tensões, etc, que existem na Bíblia. Posso refletir e buscar explicações mas não tenho necessariamente que encontrá-las. Isso não abala minha fé em Deus, nem minha confiança na Palavra de Deus.

O reconhecimento de nossa incapacidade de explicar tudo nos torna mais humildes, mais parecidos com a criança que Jesus elogiou:

Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos céus?" Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus (Mateus 18:1-4)

Pense nisso...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Gato no Buraco dos Ratos



"Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado" (Mateus 12:36)


“A terra treme sob os pés de Jesus Cristo. O gato foi colocado no buraco dos ratos” 
(Paul Claudel)

A principal arte do império greco-romano era a oratória. Os habitantes do império adoravam um bom orador. Quanto mais eloqüente, mais admirado e, muitas vezes, rico. É o que leio no excelente livro de Ben Witherington, “Conflict & Community in Corinth”.

Não é novidade que a linguagem pode ser uma grande fonte de manipulação. Os sofistas ficaram famosos por enganar por meio da linguagem. Sofista é aquele que, por meio da eloqüência e persuasão, ilude seus ouvintes, fazendo com que uma mentira, ou meia-verdade, pareça verdadeiro.

Fico impressionado como o sofismar permanece firme e forte nos nossos dias por meio de blogs, tweets, pregações etc. Conheço gente que escreve poeticamente sobre “o Reino de Deus” e outros termos teológicos que impressionam, mas que não paga suas dívidas. Conheço um crente que inventou um personagem virtual de sucesso, uma espécie de pregador-escritor super "descolado", admirado por leitores distantes que mal fazem ideia que tal “pessoa” de fato não existe. São sofistas virtuais.

Cada vez mais me convenço de que entre a realidade e a aparência existe um grande abismo. Cada vez confio menos no que alguém aparenta ser. Fico mais desconfiado se o indivíduo for eloqüente, carismático, impressionante.

No dia do juízo aqueles que mal sabem se expressar mas que vivem com integridade prevalecerão sobre essa torrente de sofistas que habitam nosso mundo evangélico. Finalmente virá a hora da verdade. Anseio pelo dia em que o gato será colocado no buraco dos ratos.



Olavo Ribeiro

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Há vagas para apologistas



Foram abertas novas vagas para a função de apologista na Igreja brasileira. É desejável conhecimento bíblico mínimo, uma vez que a causa será combater aqueles que nunca leram a Bíblia uma só vez. Aprecia-se conhecimento teológico básico, pelos mesmos motivos.

Parece piada, mas a situação é tal. Cada vez menos a Igreja “evangélica” conhece o evangelho, e como diz o adágio, “em terra de cego, quem tem olho é rei”.

Uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Bíblica Ibero-americana no Brasil revelou que 50,68% dos pastores brasileiros nunca leram a Bíblia. Pergunto: o que estão ensinando, então? Respondo: – Nada, quando não o pior: ensinos antibíblicos e, portanto, anticristãos.

Ouvi, pessoalmente, um pastor esbravejando no púlpito que naquela noite ele “ensinaria o segredo para retirar os tesouros do céu para desfrutarmos aqui na terra”. Erro crasso, uma vez que Jesus ensinou exatamente o oposto: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mt 6.19,20).

Outro pastor disse para a igreja que “naquele ano [2009] eles escreveriam Atos 29”, dando a entender que a Igreja faria evangelismo e missões. Em seguida disse para os irmãos abrirem suas Bíblias em Atos 29. Prontamente os membros e alguns pastores no púlpito puseram-se a procurar tal capítulo. O pastor perguntou: “Quem encontrou Atos 29 diga ‘Glória a Deus’”. O coro se fez ouvir. Achando estranho, ele insistiu: “Quem encontrou Atos 29 levante a mão”. Até alguns pastores levantaram suas mãos.

Na floresta amazônica, ao contrário do original bíblico em Gênesis 12, “deus [com “d” minúsculo mesmo] levantou um patriarca”. Cansado de ser simplesmente progenitor de apóstolos, o aero-profeta autodenominou-se patriarca, em pé de igualdade a Abraão. Será preciso atualizar a canção infantil que diz “Pai Abraão, tem muitos filhos, muitos filhos ele tem...” para “Pai Abraão, tem concorrente, um concorrente ele tem...”.

Aqui em São Paulo, o “pastor zero-cal” cobra R$ 160,00 a inscrição para ordenação ao ministério, mais a taxa de R$ 255 para a credencial (R$ 415,00). Só para a sede foram ordenados mais de 1500 obreiros (faturamento de mais de R$ 622.500,00). Quem ganha salário mínimo não pode mais servir ao Senhor como obreiro. E mais: agora, pastor presidente de campo que não inscrever sua esposa para a arrecadação – digo ordenação – ao pastorado, perde o campo. Não adianta ter 50 anos de bons serviços ao Reino: se a esposa negar-se a consagração, está tudo acabado – e por “justa” causa.

Socorro, alguém defenda a doutrina e o bom senso na instituição, já que a defesa da Igreja é atribuição de Jesus.


 Neoprotestante

domingo, 12 de dezembro de 2010

Não coloque Deus à prova

Jesus disse: "Não ponha à prova o Senhor teu Deus" - Lucas 4:12

Você já colocou Deus à prova? Lucas diz: “O diabo o levou a Jerusalém, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui. Pois está escrito: 'Deus dará ordens a seus anjos para lhe guardarem; com as mãos eles os segurarão, para que você não tropece em alguma pedra'. Jesus disse: Não ponha à prova o Senhor teu Deus”.

Jesus foi tentado a colocar as promessas de Deus à prova. Afinal, o próprio diabo usou umas das promessas de Deus do Salmos 91:11 e 12: "Ele dará ordens aos seus anjos a seu respeito, para te proteger", e "Em suas mãos eles te levarão, para que você não tropeces em alguma pedra".

Acredito que uma das maneiras de colocar Deus à prova é através da oração. Jesus disse, em Mateus 21:22 "Tudo o que pedirdes na oração com fé, você receberá". Muitas vezes pedimos algo em oração, e quando não recebemos a resposta que queríamos, ficamos decepcionados com Deus, criamos uma certa expectativa quanto a resposta que esperamos. Deus responde nossas orações, mas às vezes não obtemos a resposta exatamente como nós queremos. Não devemos usar as promessas de Deus “contra” ele e a nosso favor. Estas promessas servem para que a nossa fé esteja plenamente na confiança que Deus fará o melhor para nós. Precisamos acreditar que ele tem o melhor, e que muitas vezes, esse melhor não é a nossa vontade, mas a vontade de dele para nós.

Jesus disse: Não ponha à prova o Senhor teu Deus.

ORAÇÃO
 Meu Deus, perdoe-me por colocá-lo à prova com minhas dúvidas. Me ajuda para que a minha fé em ti seja o suficiente. Em nome de Jesus, me ensina a crer. Amém.

Buscai o Reino

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

NOSSAS FRAQUEZAS, A BASE DE NOSSAS FORÇAS.

O apóstolo Paulo em uma de suas epístolas, escreveu: "Porque, quando estou fraco, então estou forte".

E, o escritor aos Hebreus, referindo-se aos heróis da fé, deixou muito claro que todos eles, "da fraqueza tiraram forças".

UMA ANÁLISE MUITO IMPORTANTE

Agora, você que lê estas linhas e que, talvez precise de um incentivo para a tomada de uma decisão muito importante; ou que se julga pequeno demais para assumir uma responsabilidade que julga demasiado grande, pare e pense:

Procure se lembrar de todas as vitórias que você teve na vida. Seja sincero e veja se, quase que a totalidade desses êxitos não provieram de aparentes fracassos!

Quando você pensou que tudo estava perdido e você ia sucumbir; então, tal como um Sansão com os cabelos novamente crescidos, ou tal como um Davizinho diante de um Golias, você deu a volta por cima e venceu!

E não será diferente daqui em diante. Prosseguir rumo à vitória exige fé; e possuir fé é também uma pré-condição para correr riscos.

Soren Kierkegaard, filósofo cristão dinamarquês, deixou-nos, como legado, esta importante lição: "O homem que se arrisca, perde o passo por um pouco; o homem que não se arrisca, perde a vida".

Olhemos para os nossos "fracassos" que viraram vitórias, no passado. E confiemos que, embora nos sintamos fracos, Deus nos dará forças para sermos vitoriosos, no futuro!

Ousemos, pela fé!

"Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos" (Heb. 11.34).

sábado, 4 de dezembro de 2010

A necessidade da apologética

No livro da autora Nancy Pearcey, intitulado “Verdade Absoluta”, trás um relato de um jovem chamado Denzel. Rapidamente é mostrada a vida sofrida do rapaz, que passou por várias dificuldades até se entregar ao evangelho. Mas havia algumas respostas sobre Deus que ele ainda não tinha encontrado, mesmo depois de fazer perguntas teológicas para os líderes da igreja. Essa procura se agravou quando ele percebeu que, em seu trabalho, havia vários muçulmanos e também Testemunhas de Jeová que falavam sobre suas crenças. "Todos no trabalho defendiam suas crenças espirituais, exceto os cristãos. Eles eram os únicos que pareciam não ter respostas." (PEARCEY, 2006, p. 188) Denzel percebeu que, na sociedade de hoje, é preciso ser um cristão apologista e que saiba defender sua fé.

Mas, ao contrário de Denzel, existem cristãos que não percebem a importância da apologética, afirmando que não há necessidade de tal atividade ou que Deus é suficientemente capaz para se defender. Muitos se contentam com apenas o leite espiritual, sem dar mérito a alimentos mais sólidos. Ficam apenas no que é preciso para se salvar. Por que algumas pessoas têm esse tipo de mentalidade? Qual a razão para que muitos cristãos não deem valor para a defesa de sua fé?

Grandes homens no passado, enfáticos em defenderem suas posições doutrinárias, construíram a igreja que é hoje e as doutrinas nas quais os cristãos Reformados acreditam. Esses homens foram questionados e responderam às heresias levantadas. Hoje, com a abrangência do relativismo, o crescimento do ateísmo e várias outras seitas “se revelando” ao homem, cobram do cristão respostas sérias e coerentes.

Paulo Romão 

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