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terça-feira, 31 de agosto de 2010

DEPRESSÃO

- Quero trazer à memória o que me dá esperança. (Lamentações 3.21) -

A memória freqüentemente é escrava da depressão. Mentes desesperadas trazem à lembrança todas as experiências problemáticas do passado e se demoram em todas as perspectivas melancólicas do presente. A memória, vestida de pano de saco, apresenta à mente uma taça cheia de fel e de amargor. Entretanto, não há necessidade disso. A sabedoria pode transformar facilmente a memória em um anjo de consolação. Aquela mesma recordação que nos traz tantos presságios obscuros também pode trazer consigo uma abundância de sinais esperançosos. Essa foi a experiência de Jeremias. Sua memória o trouxe a uma profunda humilhação de alma: "Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim" (Lamentações 3.20). Mas a mesma memória lhe restaurou a vida e o ânimo. "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança."

Se exercitarmos nossa memória com mais sabedoria, poderemos, em nossas mais obscuras aflições, riscar um fósforo que acenderá imediatamente a lâmpada da consolação. Não existe qualquer necessidade de Deus criar uma nova maneira de restaurar o regozijo dos crentes. Se com oração eles jogarem fora as cinzas do passado, encontrarão luz para o presente. Se eles se voltarem ao Livro da verdade e ao trono da graça, o candelabro deles logo brilhará novamente. É nosso dever recordar a bondade do Senhor e os atos de sua graça. Abramos, portanto, o álbum de recordações que está ricamente iluminado com as memórias da misericórdia de Deus. A memória pode ser, conforme Coleridge a chamou, "a fonte do regozijo íntimo". Quando o Consolador divino inclina-a ao seu serviço, a memória pode se tornar uma das principais fontes de consolação terrenas.

Charles Spurgeon

SERVIR A DEUS É SERVIR A DEUS...

Lembro-me de quando ainda “pequeno” meu avô me ensinava o que era servir a Deus.
Ele dizia: “Servir a Deus é servir a Deus.” E sinceramente eu não entendia o que ele dizia, e até depois de “grande” continuei a não entender a frase: “Servir a Deus é servir a Deus”.
Tanto que passei longos anos de minha vida, fazendo o que me foi ensinado como o que era “Servir a Deus”.

Foi-me ensinado que “Servir a Deus” era:
1)Ir à igreja
2)Dar o dizimo
3)Observar o estatuto da igreja
4)Obedecer ao pastor
5)Pertencer a um grupo (jovens, coral, oração, missão, casados e por ai vai)
6)Domingo era dia do Senhor
7)Almejar uma função eclesiástica (diácono, presbítero, pastor, bispo e agora apóstolo)

E olha que fui o mais carola de todos os carolas, fiz tudo isso da maneira mais metódica, que alguém pode fazer, e descobri depois de alguns anos, que não é nada disso que Deus espera de nós.

Tudo isso acaba nos fazendo mais religiosos, nos fazendo mais vitrine de admiração para alguns, até meu antigo pastor quando me via de terno na igreja dizia: Vejam isso sim é um modelo de jovem de Deus...
Mas a grande verdade, é que dentro de mim, nunca a frase de meu avô, fez coerência com tudo aquilo que eu buscava e vivia.

Com isso fui me aprofundando mais e mais neste mundo evangélico de como servir a Deus, na esperança de entender o que significava “Servir a Deus é servir a Deus”.

Olhava para os meus “lideres” e dizia: Um dia chego lá... e cheguei...freqüentei os bastidores da fé, os camarins e vi tanta gente que se revelavam com seus sinais exteriores de poder, riqueza, fama e gloria , alguns discutindo com os outros, qual modelo de carro iria comprar (BMW, Mercedes, Audi), outros qual o modelo de helicóptero mais adequado e os mais bam-bam-bam que tipo de jato compraria...tudo conquistado em cima de um povo que é na verdade massa de manobra nas mãos destes poderosos e vendilhões da fé.

Com estes tipos de exemplos, comecei a distanciar dessa busca evangélica de “Servir a Deus”, comecei a entender outros parâmetros do que o meu avo dizia: “Servir a Deus é servir a Deus”.

Hoje não sirvo mais a Deus na ótica evangélica, hoje entendo o que meu avo me dizia, e sirvo a Deus verdadeiramente, e alguém me perguntaria: Como?
Hoje sirvo a Deus com um abraço no meu próximo, com um passeio no parque com minhas filhas, com um beijo cheio de amor e paixão em minha esposa, em minhas pescarias fabulosas, no meu trabalho, em minha torcida em um jogo do São Paulo, numa tarde com meus amigos, sendo apenas eu, com meus erros e acertos, com minhas partes boas e ruins, hora sendo o bom samaritano e hora nem tão bom assim, enfim sirvo a Deus, servindo-o com tudo o que eu sou, faço e em toda hora.

Servir a Deus hoje pra mim, não está mais resumida a templo, domingo, sacerdote ou liturgia, mas sim em tudo o que a vida tem para oferecer, isso sim é servir a Deus.
É vovô você tinha razão: “Servir a Deus é servir a Deus”... e não há invencionismos humanos.

Por: Pensador Compulsivo

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Viciados em igrejas? Realidade ou mito?

Hoje em dia nós ouvimos falar em várias igrejas famosas, nomes importantes de "pastores" que dizem ser milagreiros, curam desde um simples resfriado a um câncer de prostata que você nem sabia que tinha.( )

Porque "viciados em igreja"?

Pelo simples fato de que a pessoa fica presa a tal local para resolver seus problemas.

Imagine que você está desempregado, sem dinheiro e cheio de dívidas, ou está com uma doença gravíssima, derrepente você se depara com um enorme outdoor que diz: Venha para igreja X, todos os seus problemas serão resolvidos...blá blá blá...

Chamativo para quem está em desespero não?

Pois bem, esse circulo vicioso de solução dos problemas acaba criando um vício no qual a pessoa faz qualquer coisa para obter uma solução do problema, bem semelhante a qualquer droga, como crack, maconha, etc.

Induzidos pela fácil resolução, os "fieis" vão até o local TODA AS VEZES QUE TEM PROBLEMAS! O problema é que isso os torna incapazes de agir e de confiar em Deus, os torna inertes e irracionais, a ponto de apelarem para um curandeiro, ou um boacumbeiro, vidente ou seja lá qual aberração for.

Como consequência essas pessoas NUNCA tem libertação completa e NUNCA saem do vício, porque se sentem presas a "fulano que cura" a "beltrano que tem a solução" e cada vez que elas tem algum problema elas voltam e SE VICIAM NOVAMENTE, buscando atalhos e soluções rápidas para seus problemas como se Deus fosse um guru, um cara ao qual você puxa o saco e traz "oferendas" para obter "vantagens".

Mas porque pessoas são curadas?

Algumas pela misericórdia de Deus, para a Glória de Deus, mas se são livradas de um problema, logo são cobertas por outros e não conseguem sair porque ainda são meninos incapazes de agir e pensar por si mesmos, ou até entender que tudo tem um propósito e NÃO É OBRIGAÇÃO DE DEUS CURAR NINGUÉM!

Tal fato me lembra a passagem de Mateus 8:24...(acho q é essa)

Quando o mar se levantou contra os discipulos eles ficaram desesperados achando que iriam morrer, mas se esqueciam que Jesus Cristo estava com eles e nada de mau poderia lhes acontecer.

Tanto que eles acordaram Jesus e o mesmo acalmou a tempestade, mas eles foram chamados de homens de pouca fé, porque temeram mesmo estando com Cristo...

Talvez o homem seja movido pelo seu medo, medo de morrer, medo de ficar pobre, de passar fome, medo de pecado, medo de diabo... isso é bastante proveitoso para alguns "lobos", porque é facil manipular dessa maneira.

Mas usar isso como jogada de marketing para "chamar fiéis" para a igreja. É certo?
Errado, Deus não é obrigado a resolver problemas, não é psicanalista para estar de hora marcada numa igreja X ou Y. Deus age como ele quer.

O que eu digo é que se confiarmos em Deus e vivermos uma vida Cristã digna, seremos ligados somente a Jesus Cristo, e este por mais que pareça "dormindo" (para alguns Tomé's que só acreditam vendo), Ele enfrentará as "tempestades" conosco para que NUNCA MAIS voltemos a passar pela mesma coisa, e prossigamos nosso caminho de maneira reta.

Se você está lendo este texto e se identifica com um viciado em igreja, acredite: Apenas Jesus Cristo é capaz de lhe ajudar nas suas dificuldades e tormentos e mais ninguém tem a solução senão Ele.

Deus NUNCA vai te livrar de nenhuma responsabilidade e nenhum "aperto" porque ele é justo! Mas com Ele você vai devagar, mas vai bem além dos que buscam atalhos.

Deus abençoe vocês.

Fonte: [ Blog do Leco ] Via [ Bereianos ]

domingo, 29 de agosto de 2010

A benção do Senhor enriquece, e não acrescenta dores


Quando falamos numa prosperidade segunda a ótica de Deus, estamos nos referindo a uma prosperidade abençoada.

Existem pessoas que possuem muitos bens e são consideradas prósperas, dentro de um sistema de avaliação de prosperidade, pela quantidade de bens que têm, porém essa prosperidade não é acompanhada da benção de Deus e não nasce de um bem estar da alma; então, essas pessoas são prósperas pelo padrão do mundo mas não são abençoadas, pois não estão dentro do padrão de Deus.

Jesus conta a parábola de um homem muito rico mas que era insensato, não era próspero de alma. (Lc12:13 – 21). O homem era muito aplicado no que fazia, conseqüentemente, muito produtivo em construir, em plantar, em ordenar as coisas, por isso seus bens se multiplicaram, e agora ele precisava construir mais armazéns. O grande defeito desse homem era não zelar pela sua alma e julgar que ela se alimentaria e teria prazer nos bens materiais ao ponto de dizer consigo mesmo: “ …Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos. Descansa, come, bebe e folga.” (Lc 12:19). Porém, o julgamento divino veio sobre ele com a seguinte sentença: Você é louco (possui uma alma desequilibrada). Deus chama de louco todos que ajuntam riquezas para si mesmos mas não se interessam em serem ricos no relacionamento com Deus; pois ter coisas e não estar de bem com Deus é verdadeira insensatez e ruína para alma.

Quando conhecemos a prosperidade de Deus passamos a viver abençoados com essa prosperidade . “ Benção do Senhor traz riqueza; e não inclui dor alguma”. Pv.10.22 (…)

Ser próspero segundo o planejamento de Deus é muito mais do que semear sementes financeiras no seu Reino; é abraçar a Verdade, o Caminho e a Vida e praticar uma devoção sincera e contínua a Deus. As sementes financeiras fazem parte desse contexto e precisam ser semeadas por pessoas em devoção e comportamento pautado pelos princípios da palavra de Deus. Dessa forma haverá plena e total prosperidade e o desejo do apóstolo João sobre a vida de Gaio torna-se uma realidade concreta sobre todos os crentes: ” …desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.” (III João 2)

sábado, 28 de agosto de 2010

Mentiras. Crente mente. Você acredita? Eu acredito!

Dedico este post aos que como eu, pois sou um pecador desfrutando da misericórdia do Senhor Jesus, pois ando no Caminho e às vezes tropeço, mas continuo no Caminho e a todo "líder", evangelista e pastores (as) que fazem da mentira e da simulação um meio ou fim de vida cujo principal objetivo é esconder suas mazelas e com isso manipular e manipular, ou melhor: comer e beber sua própria imagem ou simplesmente um mecanismo de defesa. Anote aí:

Você é servo de Deus?

Você mente ou vive mentindo, pouco ou muito?

Não importa o tamanho da sua mentira. Todos os que mentem são filhos do diabo.

Duas perguntas impossíveis de se conciliar a uma resposta. A resposta está na ponta da sua língua. E você já sabe a resposta. Se for a que não deve, ainda há tempo para se corrigir.

Ele, Jesus Cristo, é o nosso advogado. Aproveite!

A Bíblia diz em Efésios 4-25: Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.

Sempre em todo o mundo, a mentira foi à arma de ajuste momentâneo ou de desajuste moral, familiar, profissional e social.

Muitos se acostumam em suas mentiras, e com o passar do tempo, acreditam nas suas próprias “verdades”, ou seja, a mentira ganha apoio substancial e transforma-se em “verdades”, que muitas vezes o contador das “verdades mentirosas”, não percebe o quanto, ou quantos, zombam dele, e com freqüência.
Ele, o mentiroso (a), não é muitas vezes desmascarado, devido à vergonha de quem ouve as suas mentiras.

Enganar a qualquer um é fácil. Mas, até quando você conseguirá enganar.
Difícil é estar numa posição de honra diante de Deus, e aceitar o desafio, e permanecer fiel à verdade, evitando constrangimentos desnecessários.

O mentiroso é descoberto muitas vezes, sem o saber. Até o mentiroso se engana em sua capacidade de mentir.
Mentir na parte da manhã, à tarde e à noite, e muitas vezes em seus próprios sonhos.

O crente fiel dorme com a Verdade, acorda com a Verdade e passa o dia falando a verdade, porque crê que a sua vida deve ser exemplo da Verdade. Jesus Cristo é a Verdade.

Sê prodigioso em sua vida e permaneça com a verdade em seus lábios. Esta também é uma maneira digna de testemunhar como parte da Igreja Invisível.

Crente até o diabo é. Lembre-se sempre que ele é o pai da mentira!
Seja um verdadeiro filho de Deus. Não minta por qualquer motivo. E nem por motivo algum.

Sê fiel. Sê fiel. Sê fiel.
Pr. Newton Carpintero

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Criticar pastores? É errado?!



Uma situação a ser observada e que na maioria das vezes passa por despercebida, é a nomenclatura que os chamados “pastores” querem utilizar sobre as ovelhas para preenchimento de seu ego, qual seja, serem chamados de “LÍDERES”…

Em relato algum das Sagradas Escrituras, em especial através da nova Aliança que Jesus cumpriu na cruz do Calvário, em o Novo Testamento que, em síntese, é o espelho da igreja atual, jamais encontramos um só versículo que designa tal terminologia, “LÍDER”…


Por relatos das Sagradas Escrituras, deparamos como nosso irmão Pedro em sua primeira epístola, capítulo 5, versículos de 1 a 4, onde em humildade, dá os desígnios do “verdadeiro homem de Deus”:

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”.

Portanto, um verdadeiro pastor, apascenta, cuida, ama, dá exemplo…

... um verdadeiro líder, chefia, tem dominação baseada no prestígio pessoal.

Pois bem, aos pastores (presbíteros, bispos), se estes errarem, não há impedimento algum por vontade divina, que não devemos apontar os erros, antes pelo contrário, “aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” [1Timóteo 5.20];

E, é neste sentido que Paulo repreende a Pedro na presença de todos [Gálatas 2.11-14].

Todos têm o conhecimento que a critica ensina a melhorar uma pessoa, a refletir quanto aos atos, ações, porquanto, aquele que não aceita critica não é apto a conduzir o rebanho do Senhor!

Infelizmente, muitos pastores interpretando versículos bíblicos a seu bel prazer e conveniência, transmitem este ensinamento que não devem ser criticados, e muitos engolem isto e se calam diante os erros pastorais...

Em outro sentido, a linguagem que muitos pastores transmitem é a do medo!

Sem nos esquecer da tão famosa afirmação: pastores são “ungidos do Senhor”... e por que seus defensores dizem que só Deus poderá julgá-los?

Esses homens (que alguns numa insanidade bíblica os chamam de “ungidos de Deus”) estão acima da lei de Deus?

É urgente e primordial um “basta” e parar com essa atitude de achar que homens que pregam o evangelho são melhores que os outros!

Todos somos seres humanos e sujeitos a erros e acertos; ser pastor não coloca ninguém acima do bem ou do mal.

Muitos, mas muitos, não têm capacidade de ter autoridade pela verdade do que dizem e vivem, então empurram certa “autoridade” garganta abaixo de seus discípulos em forma de ameaças usando pretextos bíblicos sem sentido, pois que, a verdadeira “autoridade” somente é a Jesus!

Nada pode calar a voz da justiça, porque “nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.” [Marcos 4.22].


Por Cristo. Em Cristo. Para Cristo. Nos interesses de Sua Igreja.

Texto: Adoradores em Casas

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O que é uma Igreja Orgânica?

O primeiro escritor cristão a usar o termo "expressão da vida orgânica" foi T. Austin Sparks, porém o autor da expressão Igreja Orgânica é Frank F. Viola. Sua definição de uma igreja orgânica é a seguinte:

"Por 'igreja orgânica' eu quero dizer uma igreja não tradicional que nasceu da vida espiritual, ao invés de ter sido construída por instituições humanas e de ser sustentada por programas religiosos. A Vida Orgânica da Igreja é uma experiência do tipo "raiz de grama", marcada pela comunidade face-a-face, pelo funcionamento de cada membro, pelas reuniões participativas (opostas aos cultos do tipo pastor-audiência), pela liderança não hierárquica, e pela liderança e centralidade de Jesus Cristo como o líder funcional e Cabeça de cada reunião".

O termo Igreja Orgânica refere-se a um tipo de vida da igreja que se ajusta ao ensino do Novo Testamento de que a igreja não é uma organização institucional, mas, sim, um organismo espiritual. Tenho ouvido atualmente, pregadores de igrejas institucionais dizerem que a igreja é ambos, ou seja, é, ao mesmo tempo, um organismo e uma organização. Mas isto não é percebido em nenhum lugar no Novo Testamento. A igreja primitiva não era de forma alguma uma organização institucional, embora fosse organizada.

Da mesma forma, as igrejas institucionais surgiram a partir da alteração do DNA da igreja; foram construídas a partir da sabedoria humana, e funcionam com base nas técnicas e métodos da Administração de Empresas. Elas surgiram na história quando Constantino, em 313 d.C., simulou uma conversão e resolveu apoiar o Cristianismo, inclusive instituindo sacerdotes e fornecendo recursos para construção de edifícios-templos. Poucos anos depois o Cristianismo foi declarado como religião oficial do Império Romano e iniciou sua distorção rumo ao modelo adotado hoje pela maioria das igrejas (católicas e evangélicas) -- a religião institucionalizada. Os cultos das igrejas institucionais não ocorrem de acordo com o padrão do Novo Testamento. São espetáculos religiosos, com toda uma pré-produção elaborada, e realizada nos cultos e missas por uma equipe que se acha mais espiritual do que os outros irmãos – consideram-se o canal de Deus -- o clero (padres, pastores, ministros, obreiros, sacerdotes, diretores de departamentos, superintendentes, professores, etc.).

Sempre que cristãos se reúnem em assembléia na base dos princípios organizacionais que regem as empresas humanas, têm-se igrejas institucionais, não orgânicas -- não naturais.

Uma igreja orgânica não é um teatro com um script. Seus membros vivem o Cristianismo como estilo de vida, e suas reuniões refletem isto. São pequenos grupos. Nelas não há programas nem liturgias. O que predomina nela é a participação livre de todos os irmãos. Não há mediador, a não ser Cristo (1 Tim. 2.5). Não há clero. Não há dirigentes humanos, nem sequer "facilitadores". Todos são irmãos, e nada mais. Os presbíteros são apenas irmãos mais velhos e sábios, que zelam pela sã doutrina, sem qualquer exclusividade nem dominação. As meditações são compartilhadas por qualquer membro, a partir de suas próprias experiências com Deus e de sua leitura devocional da Bíblia. Os dons espirituais são livremente praticados, sem nenhuma repressão.
Os cristãos das igrejas orgânicas vivem uma jornada espontânea com o Senhor Jesus e com os demais discípulos. O que sobressai nas igrejas orgânicas são os relacionamentos profundos. Amizades profundas. Ajuda mútua, serviço ao necessitado, e... Fraternidade. Reflexo da Trindade Divina, que vive em amor. O seu paradigma é fortemente baseado no Novo Testamento e não no Antigo Testamento. É vinho novo em odre novo.

É necessário ressaltar que, embora os principais locais de reuniões das igrejas orgânicas sejam os lares dos irmãos, nem toda igreja que se reúne nas casas (igreja nas casas ou nos lares) é uma igreja orgânica. Existem igrejas nos lares que são essencialmente institucionais. Vivem e agem do mesmo modo que as igrejas institucionais, porém reúnem-se em casas, ao invés de edifícios-templos. Possuem ministros ordenados (clero), ministros leigos, programas, liturgias, dízimos etc. Muito menos, os grupos pequenos das igrejas institucionais são igrejas orgânicas, embora seja o que mais se parece com uma igreja orgânica nas igrejas institucionais.

As igrejas orgânicas estão sendo levantadas e sustentadas em todo o mundo nesta geração, pelo próprio Deus, por meio do Espírito Santo. O evangelismo ocorre na vida, e não em campanhas ou cruzadas evangelísticas especiais. Cada irmão fala de Jesus Cristo espontaneamente aos seus parentes, amigos e colegas de trabalho ou estudo. E as almas ganhas? Bem, elas são do Senhor e não das igrejas. É a igreja nascendo de novo. Cristianismo puro e natural.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Claustros Comunitários

"Todos os que criam estavam unidos
e tinham tudo em comum. Atos 2:44"

Lá por volta do ano 30, um grupo de malucos começou a revolucionar o mundo engolido pelo império romano e algumas adjacências. Eram gente de todo tipo, reunindo-se em torno do nome de um judeu desconhecido, mais um entre os milhares de crucificados da época, porém com a peculiaridade de ser anunciado como ressurreto, uma espécie de fênix real, um pássaro selvagem que se ergue da morte e ganha os céus.

Essa gente esquisita incomodava o império das formas mais insanas e inesperadas, chegando a ser assunto nos mais altos tribunais de Roma, e levando alguns dos augustos césares à persegui-los impiedosamente.

O ponto comum e marcante desse grupo que se espalhava e multiplicava como vírus num corpo moribundo era o fato de estarem unidos em torno de um homem que passou 3 anos anunciando a chegada de um novo reino, um reino de paz, justiça e amor. Um reino de igualdade, graça, perdão e misericórdia. Um reino de párias, esquecidos, abandonados, excluídos. Um reino onde o menor é o maior. Um reino absurdo!

A idéia estranha dessa gente estranha, porém, não resistiu ao tempo e foi solapada pelo poder entregue em suas mãos pelo império. O que temos hoje, como desoladora ruína daquele passado, são fragmentos de comunidades enclausuradas em si. Ainda que se pregue, em cada uma delas, a unidade de um corpo só, uma comunidade única espalhada pelo planeta, a "santa igreja universal" do credo apostólico, o que se vive é uma fobia de relações intercomunitárias.

Repartir pão e vinho com alguém de comunidade alheia é visto como um potencial motim. Amizades se desmontam diante da inviabilidade de comunhão entre pessoas de grupos com nomes, CNPJs e endereços distintos. Olhares desconfiados se erguem sobre os ombros na direção dos que se misturam. Líderes agarram-se nas suas listas de membros como esfomeados em um prato de comida, criando, no coração de todos, uma cultura de gueto não só em relação aos 'não-cristãos', mas em relação aos 'não meu grupo'.

Encontros entre diferentes comunidades só são tolerados quando agendados em um calendário oficial. Fora disso, cada um que fique em seu claustro comunitário. É mais seguro assim. Até porque a outra opção seria impraticável: abrir mão do rol de membros e deixar o povo livre, sem cabresto, reunindo-se por amor, por sentimentos fraternos, por laços de amizade e companheirismo e todo esse tipo de coisa que, na prática, não existe. Pelo menos não nesses ambientes de comunidades blindadas. Permitir algo assim, seria abrir mão de tudo e ver o templo ruir. E isso poucos estão dispostos a fazer.

A Trilha

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A diferença entre Deus e o diabo

"A grande diferença entre Deus e o diabo, no que tange ao caráter, é que Deus, sendo o único ser que detinha o poder de existir, repartiu esse dom com bilhões de outros seres, enquanto o diabo, que apenas uma dentre as bilhões de criaturas de Deus, quer ser exclusivo e trabalha para anular os demais indivíduos a fim de ser o único a desfrutar da individualidade.”
C.S. Lewis.


Via: Amando o Próximo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Caminhos Imprevisíveis

“Então disse o SENHOR a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos.

Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias.

E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas.

E será que, tocando-se prolongadamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o seu sonido, todo o povo gritará com grande brado; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá por ele, cada um em frente.” Josué 6:3-5



Porque DEUS concedeu a Josué todas estas complicadas instruções para a guerra?

Várias respostas são possíveis:

- DEUS deixava claro que a batalha dependia DELE e não das armas e da perícia de Israel.

Este é o motivo pelo qual a Arca, que levava os israelitas para o confronto, deveria ser carregada pelos sacerdotes, não pelos soldados.

- O método de DEUS para tomar a cidade acentuava o temor já sentido por Jericó, e

- Esta estranha manobra militar era um teste para a fé dos israelitas e sua disposição para seguir a DEUS completamente.

Não há dúvida de que DEUS ainda age dessa forma conosco, ELE em certas ocasiões nos põe em situações inacreditavelmente impossíveis aos nossos olhos e, como se não bastasse, nos dá instruções por vezes estranhíssimas.

Esta passagem é, para mim, uma das mais impressionantes de todo o Antigo Testamento.

Como imaginar que muralhas gigantescas e extremamente fortificadas poderiam ruir ao som de trombetas e gritos?

É inimaginável, mas, aconteceu, Jericó ficou sem proteção e os israelitas a tomaram.

O poder de DEUS abre os caminhos mais imprevisíveis, abriu para Josué e seu povo,abre para mim e para você.

Como eles, temos que CONFIAR e OBEDECER, assim fazendo, certamente conquistaremos também a vitória sobre as nossas "Jericós".


Que DEUS abençoe a todos.

Por: Caminho Plano

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Aparências... Elas enganam?

Fico pensando em como alguns evangelistas e pastores que estão à frente de menores ou maiores congregações começam com um propósito sadio e com o tempo acabam se envolvendo tanto na referida “obra” que começam a policiar e a perseguir ao invés de pastorear os membros a eles confiados.

Tive uma experiência em uma igrejinha, bem pequena, na verdade um núcleo de uma igreja um pouco maior aqui no interior do RS.

Quem estava e continua à frente da congregação é um evangelista, ainda não designado pastor (que para mim pessoalmente não significa nada: ser ou não consagrado pastor).

O fato é que com o tempo a igrejinha começou a dar sinais de crescimento, não espiritual na sã doutrina, e sim em número.

Eu percebia que os membros estavam cada vez mais alienados ao que o pastor e sua esposa diziam.

E os membros, como péssimos bereianos, engoliam (e ainda engolem).

Com o tempo, percebi também que este casal que estava à frente daquele núcleo usava de controle sobre os membros, travestidos de “autoridade espiritual” sobre a vida deles. Um horror! Patético!

Além dos cultos aos domingos, reuníamo-nos e ainda nos reunimos em casa no modelo de Igreja nos lares (Igreja Orgânica).

Quando resolvemos nos afastar desta igrejinha, por percebermos que estava fazendo muito mal a nossa alma, pela acepção e controle de pessoas, este casal começou a visitar um por um dos irmãos na fé e espalhou várias mentiras ardilosas a respeito de nós, como clara alusão de medo de perder os “controlados e alienados”.
Afinal, como ficaria o controle sobre essas pessoas? O poder sobre as mesmas? E o medo de perder os membros, como ficaria a arrecadação dos dízimos e ofertas? Uma verdadeira paranóia! E olha que nossa intenção nunca foi divisão, apenas não estávamos em concordância com o que estava sendo pregado e com a maneira que estava sendo pregada a Palavra. Estávamos dispostos a nos reunir, eu, minha esposa e meus dois filhos como Igreja e só.

Apenas trouxe aqui este relato, que certamente é o relato de milhares de pessoas pelo Brasil afora, de como as pessoas começam bem e se perdem no meio do caminho. No verdadeiro Caminho não há como se perder.

Somos corruptíveis com o poder, o dinheiro, a fama, a falsa sensação de controle sobre tudo e todos.

Mas quem deve dirigir nossas vidas sempre tem que ser o Senhor Jesus. E a única maneira é sermos bereianos. (Atos 17:11)

Não é fácil entregar tudo ao senhorio de Jesus.

Mesmo que as circunstâncias mostrem e até provem o contrário, temos e devemos que entregar tudo a Jesus.

É Ele que é nosso Juiz, nosso Legislador e nosso Rei. E mais ninguém!

Mas não! As pessoas têm que por as mãos (e muitas vezes a sujam sordidamente).

Penso que muitos se identificaram neste post.

E sei que muitos serão contrários ao mesmo.

Mas também sei que tudo que está oculto vem a ser revelado um dia.

Aquela igrejinha no interior do RS já não é mais a mesma... Entrou na onda neo-pentecostal de correntes de oração e etc. Será por quê?

Que estas pessoas possam rever seu compromisso com a Palavra e ter em mente que existe apenas um Pastor e Senhor de nossas vidas: JESUS

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Autoridade Espiritual

Nesta excelente mensagem de Watchman Nee à Igreja, aprendemos que o presbitério não é um cargo a ser ocupado na hierarquia eclesiástica. O presbitero não é estabelecido pela Igreja, apenas reconhecido por ele mediante seus frutos. Sua autoridade não deriva de nomeação e sim da vida. Não é um título, não é hierarquia, não é um cargo isolado no topo de uma pirâmide: é uma função a ser desempenhada em serviço e mútua submissão ao Corpo de Cristo.

De acordo com Romanos 12 (v.4), no Corpo de Cristo há muitos membros – cada um com seu lugar e função particulares, pois Deus fez todos os membros diferentes um do outro. A pergunta que precisamos analisar é: como podem todos esses membros, com suas funções variadas, serem ajustados e ligados como um só Corpo.
A Autoridade da Cabeça

O primeiro princípio do viver no Corpo de Cristo é estar em sujeição à autoridade da Cabeça, visto que a própria existência do Corpo, com suas funções e atividades variadas, depende da autoridade.

Sempre que a autoridade perde seu terreno em nós, o corpo é imediatamente paralisado. Aquela parte do corpo que é desobediente é a parte que experimenta a paralisia. O corpo que não se sujeita ao comando da cabeça é apenas um corpo paralisado. Onde existe a vida, existe autoridade. É inconcebível rejeitar a autoridade e ainda receber vida.

Todos os que estão cheios de vida são obedientes à autoridade. Como, por exemplo, minha mão física pode ter vida e ao mesmo tempo resistir ao controle da cabeça?

Minha mão está viva porque pode ser comandada pela cabeça. O próprio viver da mão significa que minha cabeça é capaz de dirigi-la e utilizá-la. O mesmo é verdadeiro com respeito ao relacionamento entre qualquer membro do Corpo de Cristo e a Cabeça. O primeiro princípio para cada membro que vive no Corpo de Cristo, portanto, é obedecer ao Senhor, que é a Cabeça.

Se você e eu não formos tratados até chegar ao ponto de nos tornarmos obedientes, então o que sabemos sobre o Corpo é meramente doutrinário por natureza, e não um assunto de vida. Que bênção é ter Deus tratando nossa vida natural, fazendo com que estejamos em sujeição a Cristo, a Cabeça!

Devemos buscar a obediência diariamente. Não só precisamos buscar oportunidades que nos façam avançar espiritualmente a fim de que nos tornemos santos e justos, mas também precisamos buscar diante de Deus cada oportunidade de obedecer, para que também aprendamos a obediência.
A Autoridade dos Membros

O segundo princípio do viver no Corpo é que nenhum membro tem qualquer autoridade, pois a autoridade está somente na Cabeça. Seria um sério erro se um membro alegasse possuir autoridade em si mesmo. Um membro não possui autoridade direta; ele tem apenas a autoridade que lhe foi delegada pela Cabeça. E essa autoridade não é apenas posicional, mas é totalmente decorrente da vida. Essa autoridade não vem por meio da nomeação, mas pelo ser.

Se um membro não é um olho, o Corpo não pode estabelecê-lo como olho. Se não é mão, o Corpo não pode fazer dele mão pelo simples fato de nomeá-lo como tal. Um membro tem a autoridade de segurar ou de ver somente porque ele pode segurar ou ver. E visto que ele atua de acordo com essa norma, as pessoas recebem ajuda.

É um erro muito estúpido se, em uma igreja, a autoridade está relacionada à posição e não à vida, se uma pessoa é nomeada por causa de sua posição social e não por sua espiritualidade. A Palavra de Deus claramente nos mostra que a autoridade está na vida, não na posição ou no histórico de alguém. A autoridade é estabelecida em uma pessoa em decorrência de seu viver, não por meio da nomeação. Essa pessoa, em sua vida pessoal e corporativa, experimentou tratamentos em questões práticas e aprendeu o que outras pessoas ainda estão por aprender. No Corpo de Cristo, toda autoridade procede da vida.

Ainda que, em uma assembléia local, haja nomeações pela direção de Deus, ainda assim não devem ser feitas de acordo com a posição, mas de acordo com a vida. Quando a vida e a nomeação concordam, você deve se submeter; de outro modo, a vida cessará em você e você será deslocado do Corpo – significando com isso que você não se mantém ligado firmemente à Cabeça. Se existe algo errado entre você e outro irmão, você não pode dizer que tem um relacionamento normal com a Cabeça. Se fez mal a outro membro do Corpo, pode ser que você não esqueça de nenhum ensinamento e pode até continuar em sua obra de ministério como antes, porém você perdeu a Palavra da vida.

Portanto, na Igreja, precisamos aprender a submetermo-nos uns aos outros. Se os membros não se submetem mutuamente, a vida mencionada em Romanos 8 não poderá se manifestar. Pelo contrário, os irmãos sentirão como se o ar lhes faltasse – dificilmente eles conseguirão prosseguir. Porém, aqueles que discernem o Corpo de Cristo consideram a submissão a mais jubilosa prática.

Extraído do livro Autoridade Espiritual, de Warchman Nee.

Via: Pão e Vinho

domingo, 8 de agosto de 2010

Os novos evangélicos e a nova reforma protestante

Irani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.

Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.

Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.
Rosique está de camisa branca com a Bíblia no colo

Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.

Clique no quadro abaixo para ampliá-lo e ter uma melhor leitura:


Fonte: Revista Época. por:© Pão & Vinho

Mais uma vez comprova-se que o fenômeno do cristianismo simples está crescendo e cada vez mais chamando a atenção tanto da Igreja institucional quanto da mídia secular . Mas não penso que o cristianismo simples ao qual a reportagem se refere seja a “recriação do Protestantismo à brasileira.” Este não é um fenômeno exclusivamente tupiniquim, muito embora o potencial de crescimento da Igreja nos lares no Brasil seja imensamente maior do que em muitos países – o que ocorre também na Igreja institucional.

sábado, 7 de agosto de 2010

Igreja ou torre de Babel?

A Igreja é uma entidade sobrenatural. Não é fruto da mente engenhosa humana. É constituída por pedras vivas, não por tijolos fabricados pelo homem (1 Ped. 2:5). Assim como o Tabernáculo de Moisés, é um projeto divino para que Deus habite entre os homens, cuja planta e construção se conseguem por revelação e unção apostólica/profética e não pela mera implementação de práticas institucionais.

Babel não foi um projeto de Deus, foi fruto da engenhosidade humana, quando os homens substituíram as pedras por tijolos trabalhados pela mão do homem (Gen 11). O plano de Deus era que eles se espalhassem e povoassem a terra, mas eles preferiram se juntar em uma aliança profana para fazer algo grandioso e assim engrandecer seu nome.

Quando o mover do Espírito na Igreja é substituído pela religiosidade litúrgica, estamos edificando com tijolos trabalhados pela mão do homem. Quando perdemos de vista a Grande Comissão (fazer discípulos, edificá-los, equipá-los, comissioná-los e enviá-los) e tudo o que priorizamos são programas religiosos, aquisição e manutenção de propriedades, pensamos que estamos construindo a Casa de Deus (a Igreja, Ekklesia), mas estamos construindo uma torre de Babel. E se para o leitor é difícil distinguir uma da outra, aqui vão algumas dicas:

A Ekklesia é um organismo. Babel é uma organização.

A Ekklesia visa edificar o Reino de Deus. Babel visa edificar feudos.

A Ekklesia é o mover do Espírito no ajuntamento. Babel, é a força do braço e do carisma do homem.

Ekklesia é nutrir relacionamentos profundos. Babel é a superficialidade dos convívios religiosos.

A Ekklesia é prestação de contas em submissão mútua. Babel é soberba e independência.

A Ekklesia é servir uns aos outros. Babel é a indústria do entretenimento religioso.

Ekklesia é estar juntos na simplicidade e na comunhão do Espírito. Babel ocupa e distrai as pessoas com seus programas religiosos e as ilude com suas obras faraônicas.

A Ekklesia edifica pessoas. Babel edifica edifícios.

A Ekklesia busca engrandecer a Deus e seu Reino. Babel busca engrandecer o nome de um líder ou de uma organização.

A Ekklesia equipa os santos para a obra do ministério. Babel institui clérigos.

A Ekklesia comissiona e delega. Babel controla.

A Ekklesia envia e espalha. Babel junta e institui uma órbita ao redor de si mesma.

A Ekklesia forma o caráter. Babel forma o intelecto.

A Ekklesia cuida de pessoas. Babel as usa.

A Ekklesia dá Vida. Babel suga a vida de você.

Na Ekklesia, líder é aquele que serve. Em Babel, líder é quem manda e controla.

A Ekklesia pastoreia as ovelhas. Babel tira o couro das ovelhas.

A Ekklesia dá de forma extravagante. Babel pede de maneira constante.

A Ekklesia conta os frutos. Babel conta o dinheiro.

A Ekklesia é a encarnação de um mover do Espírito. Babel, na melhor das hipóteses, é somente um monumento do que o Espírito fez no passado.

A Ekklesia é Luz. Babel é confusão e destruição.

♦ ♦ ♦

Que o Senhor nos ajude a distinguir uma coisa da outra e nos proteja.

© Pão & Vinho

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A ética do Reino

Quando falamos em ética é natural associarmos esse tema aos valores morais de uma sociedade, mas quando nos referimos à ética do Reino não podemos fazer isso, pois a moral que é a base do conhecimento humano sobre o “certo e errado” nasce da condição alienada do homem de Deus. Assim, as expressões “bem e mal”, “moral e imoral”, “valor e sem valor”, “autêntico e não autêntico” não são termos que se aplicam quando falamos de ética do Reino.Enquanto a moral divide a vida entre coisas permitidas e proibidas a ética do Reino aponta para o que É. Todo conhecimento moral é um conhecimento humano, que está direcionado para si mesmo, ou seja, a moral nasce do olhar do homem posto sobre si mesmo. Por meio dela os homens criam suas leis e exercem seus juízos.

Jesus que anunciou a ética do Reino está na contramão desta moral. Por isso não encontramos verdadeiro diálogo entre Ele e os fariseus que tão bem representavam a moral, e isso porque Jesus e os fariseus estavam em níveis completamente diferentes de realidade. As respostas de Jesus não respondiam a pergunta do fariseu por não ser da mesma natureza.

A moral nasce marcada pela culpa e pela vergonha. A consciência humana é marcada por este estado, e, portanto, busca sempre resolver esta tensão. A religião é a que melhor apresenta essa tensão, esse conflito entre o “bem e o mal”, e por meio dela sempre se tentou trazer Deus para nossa esfera de conhecimento, buscando Dele uma resposta de acordo com nossa pergunta, porém Ele não age a partir do conhecimento do bem e do mal.

Jesus nos apresentou a ética do Reino como anulação da moral, pois se o Reino é Reconciliação e a moral a afirmação da alienação, onde houver o Reino não haverá moral, mas apenas Unidade. Na moral não há mudanças de realidade, mesmo cumprida o “bem” da moral ela não altera o estado de alienação humana.

O religioso por saber o “bem e o mal” classifica meritoriamente seus atos, fazendo de seu bem um mal. Os filhos do Reino não sabem do “bem”, mas apenas do que É, por isso, são surpreendidos quando isso os for revelado (Mt 25.31ss.).

Nem mesmo o auto examinar-se dos filhos do Reino é realizado por este saber alienado, mas em Cristo, por meio do qual sabemos a vontade de Deus. Assim sem Cristo em nós não há como se fazer exame de si mesmo.

O saber dos filhos do Reino é o saber do Amor, que é a revelação de Deus, Jesus Cristo. Este saber tem origem em Deus e não em nós, assim este Amor é divino. E entre os homens o divino chama-se Cristo. Amor é sempre Ele mesmo. E ele é a reconciliação de todos em Si mesmo. Desta forma concluímos que onde houver um saber que separa, que divide, que segrega, que julga, que exclui ali não há o Reino.

Ivo Fernandes

domingo, 1 de agosto de 2010

Discípulo casual

"E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu nu." Marcos 14:51-52

A Bíblia nos mostra que o rapaz seguia Jesus. Ele se tornou um discípulo casual, eventual, de momento, mas não era um verdadeiro discípulo. Faltava-lhe o compromisso com o Senhor Jesus. Ele era um discípulo de improviso. Estava seguindo Jesus em decorrência de uma curiosidade que se converteu em admiração, e compromisso não se obtém com improvisos, com oba-oba, com curiosidade ou apenas com admiração apaixonada por Jesus.

A geração que fica

Esse rapaz é o símbolo da geração de nosso tempo, a geração que “fica” com Jesus. No namoro, no casamento, nas amizades, no emprego, no endereço, todo mundo está ficando. As coisas e as pessoas se tornaram descartáveis. O plástico ilustra muito bem essa tendência. Para ser digerido pela natureza, qualquer objeto plástico demora centenas de anos, mas os objetos utilitários que dele são feitos tem pouca durabilidade.

A geração que “fica” brinca com conceitos que antes possuíam significado mais duradouro. Amor e fidelidade, por exemplo, são os mais agredidos. E nessa onda, a fugacidade dos relacionamentos entre pessoas e pessoas, e entre pessoas e coisas, foi transferida para a relação com Jesus.

Na vida cristã, “ficar” com Jesus, ou com a igreja, apenas para ter momentos de “orgasmo espiritual” através de momentos de louvor, de afagos, e de declarações de amor ao irmão do lado, de gritos inflamados de louvor a Jesus em passeatas ou cultos que arrebatam multidões, não tem consistência alguma. É preciso entrega total, mudança de vida, conversão mesmo.



Extraído do livro “A turma do Lençol” de Abimael Canto Melo por: Crentassos

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