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quarta-feira, 16 de março de 2011

Atualizando o Sistema Operacional da Igreja




Em um encontro realizado na Noruega, Neil Cole – autor do livro Igreja Orgânica – nos explica a necessidade de um “upgrade” no sistema operacional da Igreja.

Algumas perguntas para a reflexão de todos aqueles que estão atentos ao mover do Espírito em nossa geração:

1) A questão das finanças - É lícito, ético, bíblico a Igreja gastar mais dinheiro em estruturas eclesiásticas (salários, imóveis, eventos, etc) do que com os necessitados da Igreja e com missões? E mais: onde, no NT, encontramos bases bíblicas para cobrar o dízimo como um imposto compulsório? Se a Lei do AT se aplica na questão dos dízimos, quais são os parâmetros desta linha teológica que separa o dízimo malaquiano dos demais preceitos do pacote mosaico (como a circuncisão e a guarda do sábado) cuja obrigatoriedade foi abolida após o advento do Messias?

2) A questão do clericalismo - Desde a Reforma Protestante, “sacerdócio universal” se tornou uma espécie de jargão teológico de cunho meramente posicional, com pouquíssima ou nenhuma expressão prática na Igreja Protestante. Apesar da ruptura com o catolicismo há 500 anos atrás, ainda favorecemos a infame distinção entre cleros e leigos na Igreja. Como devolver o sacerdócio aos discípulos, tornando-os participantes da colheita ao invés de meros expectadores de culto? E mais: como pastorear as ovelhas sem controlá-las ou torná-las co-dependentes, formando obreiros para servir o Reino, ao invés de mantê-las eternamente em simbiose clero-laical? Como mudar a imagem do presbitério, do pastor-sacerdote ao mentor-facilitador?

3) A questão missional – O “culto”, em seu formato tradicional, é a vaca sagrada do evangelicalismo. O sermão pregado por um orador profissional foi transformado no “clímax espiritual” da experiência cristã. Na prática, a maioria dos evangélicos entende que ir a um culto, cantar e ouvir uma mensagem é a coisa mais importante na fé cristã. Como resultado, a maior parte dos recursos da Igreja (pessoas, tempo e dinheiro) são gastos na preparação de eventos. Onde estão as bases bíblicas para esta prática? Como canalizar os recursos disponíveis de maneira eficiente para tornar a Igreja mais missional e menos ensimesmada? Como podemos otimizar os recursos na Igreja para gastar mais tempo com os perdidos e com os necessitados, ao invés de gastar a maior parte do tempo entretendo os que já são salvos?

4) A questão da koinonia – No Novo Testamento, a Ekklesia era “costurada por relacionamentos”. Hoje em dia, muitas vezes é composta por um amontoado de estranhos que se reunem uma vez por semana para “adorar a Deus” e ouvir um sermão. A ênfase da Igreja é a pregação ao indivíduo, não o estilo de vida comunitário. O sucesso de uma igreja local é medido pelo número de cabeças em um culto, não pela profundidade dos relacionamentos entre os membros. Como criar ambientes de aprendizado, oração e ministração em que ao mesmo tempo possamos nos conhecer intimamente e “lavar os pés” uns dos outros?

Por mais que falemos de reforma e da relevância da Igreja na pós-modernidade, toda mudança que fizermos será meramente cosmética se não mudarmos o sistema operacional da Igreja. É imperativo que dediquemos tempo para refletir e discutir estas questões, esforçando-nos para fornecer respostas sinceras à nossa geração. Disso depende o legado que oferecemos a nossos filhos.

Precisamos urgentemente de um upgrade.

Ecclesia semper reformanda est.

© Pão & Vinho

4 comentários:

ROGÉRIO FRANCO Louvor e Adoração disse...

Olá meu irmão. Tudo bem?
Obrigado por seguir meu Blog! Estou seguindo o Seu também. Gostei muito do seu blog, pois percebo que temos a mesma visão. Fico feliz por voce, pois sei que o Espirito Santo está separando uma IGREJA SANTA das instituições. Ou seja, uma IGREJA verdadeira de uma igreja feita por homens. Deus te abençoe e conte comigo. UM abraço
Rogério Franco

joseguimaraesesilva disse...

Olá Sandro

Muito obrigado por sua visita e comentário ao blog http://www.aabaca.org

Que a Paz de Jesus reine em seu lar.

Eduardo Medeiros disse...

oi sandro, beleza?

muito interessante os argumentos do autor do texto. da minha parte eu colocaria mais alguns upgrades no aspecto teológico do cristianismo.

mas de fato, muito interessante as colocações do neil cole, que eu ainda não conhecia.

abraços e paz.

Genivaldo Pinheiro disse...

Sandro. È prazer visitar o seu blog. Após sua visita ao nosso blog(www.evangelismoibcasede.blogspot.com)fiz uma visita ao seu blog. Achei muito ineteressante.
Gostaria de pegar algumas idéias para colocar no nosso a exemplo do tradutor on line e número de visitas realizadas.
Um grande abraço.
Genivaldo Pinheiro

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