A grande constatação é que nós perdemos a paixão pelo Evangelho de Cristo.
O que ficou foi à megalomania de nossos sonhos de grandeza, mas isto não é paixão, é apenas ambição.
Nós somos filhos de um tempo no qual não há paixão. Para nós, paixão é uma coceira ardente e incomoda, e que logo passa...é coisa de criança.
Sim, nós ainda não conhecemos a paixão como ela é: loucura. E se é por Deus, é mais loucura ainda... O fato é que somos assim, não porque nos falte conhecimento, mas paixão; ou seja: falta vontade ardente.
A maioria sabe até muita coisa - pelo menos o suficiente -, a fim de poder tomar decisões... e andar... seguindo e segundo Jesus.
Saber a gente sabe, mas quase ninguém está disposto a seguir, a se mover, a andar após Jesus. Nossa sociedade cristã é apenas uma massa de espectadores exigentes e caprichosos.
Quase ninguém quer viver com Deus, mas a maioria gosta de saber que alguém ou alguns o fazem. E no dia que esses “seres vicários” deixarem de realizar o que deles é esperado, então conhecerão a única paixão que os cristãos têm: a paixão pelo juízo! Ninguém parece desejar conhecer por si mesmo e para si mesmo.
A maioria quer apenas saber para oprimir os outros. E tal motivação jamais gerará conhecimento de Deus, posto que Deus é amor. Como é que gente que não ama pode dizer que conhece ao Deus que é amor?
O conhecimento que a maioria dos cristãos têm acerca de Jesus é um conhecimento de terceira ou quarta mão. Já é um conhecimento viciado pela “igreja” e pelos seus escribas e anciãos, e praticada com ardor pelos seus fariseus.
Assim, nossa maior maldição é a mediocridade, e nossa grande morte é nossa presunção de vida. O que precisamos saber é que a vontade de Deus é uma só: Ele quer encontrar adoradores que o adorem em espírito e em verdade.
E isto só acontece quando nossa vontade de conhecer a Deus não se satisfaz com a mediação de terceiros.
O conhecimento de Deus é pessoal, e a verdade da Palavra só se atualiza como tal se fizer acompanhar da paixão que segue...a Jesus...e a nenhum outro.
O que passar disso é “prosa” é proselitismo, e jamais realizará a vida de ninguém. Caio
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Pregação simples e honesta
Antes, renunciamos aos procedimentos secretos e vergonhosos; não usamos de engano, nem torcemos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus. (2 Co 4: 2 – NVI)
...Se os cristãos tomarem a suposição infundada de que a violência é errada em si mesma, ficam abertos a todos os tipos de criticismo contra os santos do Antigo Testamento, contra a pena de morte, a legítima defesa, contra o castigo físico na criação de filhos, e daí por diante.
Mas todas das críticas contra a fé cristã são defeituosas, e essa aqui não é uma exceção.
Deus mandou os santos do Antigo Testamento os povos para que pudessem se apossar da terra prometida, e não para disseminar a fé.
Foi algo realizado por uma nação em guerra com outras nações, e não pela igreja como uma entidade espiritual ou por crentes agindo individualmente por conta própria.
Deus tinha decidido expulsar os pagãos adoradores de ídolos – as suas falsas religiões eram as verdadeiras atrocidades – e ele cumpriu a sua promessa com referência à terra ao garantir a vitória de Israel. Depois Deus expulsou os próprios judeus, e agora os cristãos são o povo de Deus, e nós não lutamos por uma terra porque o nosso reino é espiritual.
Nesse sentido, a violência dos santos do Antigo Testamento não tem relação com a agenda cristã. Do mesmo modo, quando executamos um criminoso, não se trata de uma tentativa de converter sua alma por esse alto, como se quiséssemos ameaçá-lo à fé. Trata-se de uma questão distinta da pregação do evangelho.
Queremos que as pessoas creiam em seus corações, e não que meramente se vistam de uma aparência. Dessa forma, o uso da violência não é somente contra as ordens de Deus, mas é também impotente para obter o resultado que buscamos.
O mesmo se aplica ao uso de truques e artimanhas, bajulação e apelos aos desejos pecaminosos dos homens. Ou você deseja a coisa errada, ou você não vai conseguir o que quer por nenhum outro método a não ser o discurso claro e sincero.
Nós apresentamos a mensagem do evangelho como uma questão de verdade e de erro, de justiça e impiedade.
Assim, levamos para dentro da mente dos homens que isso é uma questão de certo e errado. Apelamos à consciência deles, e não às suas carteiras ou aos seus apetites e desejos sensuais.
A propagação do Evangelho não é uma questão de sutileza na oratória, de manobra política, de relevância cultural ou social. É expressão clara da verdade que pronunciamos diante de Deus e em direção aos homens – não adulterada pela ambição e livre de filosofia humana. Essa obra está aberta a todos os crentes.
Qualquer cristão pode falar a alguém sobre o Senhor Jesus Cristo em linguagem forte e honesta, e esperar que o Espírito Santo venha com grande poder e convicção.
Monergismo
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Sandro
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08:23
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
FRASE
"Não ame pela beleza, pois um dia ela acaba. Não ame por admiração, pois um dia você se decepciona. Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação."
Madre Tereza de Calcutá
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
QUEM ESTÁ QUALIFICADO PARA PREGAR A PALAVRA??
...
Primeiro: saiba apenas o que está revelado...
Segundo: ensine somente aquilo que você sabe que Jesus ensinou e que os apóstolos ensinaram; portanto, não invente...
Terceiro: veja quais são as implicações de suas opiniões em relação ao que já esteja revelado... Não tenha opinião que se choque com a revelação, nem ao menos de resvalo...
Quarto: creia que você se torna responsável pela mentira, pelo engano, pelo distorcimento, pela perda de rumo que seu ensino sugerir...
Quinto: saiba que sua falta de fé não deve ser sua mensagem, pois, por ela você será cobrado...
Sexto: por mais cheio de conhecimento que você seja..., ainda assim não pregue se você apenas souber sem fé... Não anuncie nada sem fé... Nem mesmo um grande conhecimento!...
Sétimo: saiba que aquele que ensina fabrica idéias e pensamentos... Portanto, veja o que você semeia na mente das pessoas... No fim você será cobrado por todas as sementes hibridas que plantou ou por todas as sementes que você anunciou como sendo de uma qualidade... , quando, de fato, eram de outra...
Leva tempo até que a Palavra seja decantada em nós...
Por isto se diz que o “neófito”, ou “recém”, o “novinho”, “o jovem imaturo”, ou o “homem empolgado”..., não devem sair pregando; antes, precisam dar tempo ao tempo, e ver que qualidade de fruto será produzido em sua própria existência...
E mais:
Se em sua casa, com os seus, você não frutifica o Evangelho, por que haveria você se pregar a outros... se você não faz o Evangelho mostrado em silencio pela sua própria vida?...
A seara é grande e os trabalhadores são poucos... Mas Jesus não mandou treinar e nem recrutar...
Não! Ele disse que se deveria pedir ao Senhor da seara para que Ele mesmo mandasse trabalhadores para a Sua seara!
Assim, melhor do que uma multidão de pastores que não sabem discernir entre a mãe direita e a esquerda... — é se ter apenas uns poucos pastores maduros, mas que façam tudo com amor e certeza em fé.
Não se apresse em levantar-se para pregar!...
Deixe que a Palavra levante você!
Quanto ao mais, apenas compartilhe o que seja o amor de Deus em você, mas não se apresse em ensinar...
Pense nisso!...
Caio Fábio
Primeiro: saiba apenas o que está revelado...
Segundo: ensine somente aquilo que você sabe que Jesus ensinou e que os apóstolos ensinaram; portanto, não invente...
Terceiro: veja quais são as implicações de suas opiniões em relação ao que já esteja revelado... Não tenha opinião que se choque com a revelação, nem ao menos de resvalo...
Quarto: creia que você se torna responsável pela mentira, pelo engano, pelo distorcimento, pela perda de rumo que seu ensino sugerir...
Quinto: saiba que sua falta de fé não deve ser sua mensagem, pois, por ela você será cobrado...
Sexto: por mais cheio de conhecimento que você seja..., ainda assim não pregue se você apenas souber sem fé... Não anuncie nada sem fé... Nem mesmo um grande conhecimento!...
Sétimo: saiba que aquele que ensina fabrica idéias e pensamentos... Portanto, veja o que você semeia na mente das pessoas... No fim você será cobrado por todas as sementes hibridas que plantou ou por todas as sementes que você anunciou como sendo de uma qualidade... , quando, de fato, eram de outra...
Leva tempo até que a Palavra seja decantada em nós...
Por isto se diz que o “neófito”, ou “recém”, o “novinho”, “o jovem imaturo”, ou o “homem empolgado”..., não devem sair pregando; antes, precisam dar tempo ao tempo, e ver que qualidade de fruto será produzido em sua própria existência...
E mais:
Se em sua casa, com os seus, você não frutifica o Evangelho, por que haveria você se pregar a outros... se você não faz o Evangelho mostrado em silencio pela sua própria vida?...
A seara é grande e os trabalhadores são poucos... Mas Jesus não mandou treinar e nem recrutar...
Não! Ele disse que se deveria pedir ao Senhor da seara para que Ele mesmo mandasse trabalhadores para a Sua seara!
Assim, melhor do que uma multidão de pastores que não sabem discernir entre a mãe direita e a esquerda... — é se ter apenas uns poucos pastores maduros, mas que façam tudo com amor e certeza em fé.
Não se apresse em levantar-se para pregar!...
Deixe que a Palavra levante você!
Quanto ao mais, apenas compartilhe o que seja o amor de Deus em você, mas não se apresse em ensinar...
Pense nisso!...
Caio Fábio
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O DISCÍPULO PSÍQUICO E O DISCÍPULO PNEUMÁTICO
Quem me tem lido ultimamente deve estar notando minha ênfase na diferenciação entre a vida do Homem Psíquico (Natural) e a do Homem Pneumático (Espiritual).
Escrevendo antes de qualquer outro, Paulo diz que há discípulos de Jesus que vivem ainda na alma e há aqueles que vivem no espírito e no Espírito.
Acerca do Discípulo Psíquico, Paulo diz o seguinte:
Ele crê em Jesus numa certa medida. Aceitou a idéia de que Jesus, pelo Seu poder, provou que era Deus. Foi educado a ter “Deus” na vida, por isso — pela prova do Poder, pela satisfação na lógica doutrinária, pela necessidade de Deus na alma e pelos encontros humanos que acontecem quando alguém se aproxima da fé (encontros que, para muitos, constituem o único grupo social de convívio) —, muita gente fica; e crê no que crê; e vai aprendendo a fé como ensino pedagógico; e passa a falar o que sabe; e, assim, se compromete social e publicamente com a fé pela confissão assistida por muitos. E por tal razão, envolve-se mais profundamente com a comunidade, o que leva a pessoa a subir na escala das percepções de terceiros e, depois, das importâncias.
Desse modo, assim surge mais um Discípulo Psíquico, que ensinará a outros o que aprendeu, embora para ele mesmo isso não se traduza, de fato, em paz, em segurança, em consciência firme e segura, em certeza para a vida, em relação com Deus e em entendimento do sentido simples e revolucionário do Evangelho. Tampouco isso o torna pacificado em seu ser, pois apesar de tudo isso, o Discípulo Psíquico ainda vive a experiência de Deus do mesmo modo como vive a experiência psíquica de um relacionamento humano importante (nem sempre essencial). Por isso, ele prova Deus com a alma, com as emoções e com os serviços prestados a Ele no meio do povo. Todavia, ainda assim não passou do nível da alma, e, por tal fato existencial, vive à mercê de impressões, opiniões, percepções de terceiros. Vive angustiado porque é invejoso, ciumento, possessivo, implicante, crescentemente hostil ao mesmo tempo em que é sempre lascivo; sempre sexualmente meio imprensado no ventre pelo estranho peso de desejos. Ao mesmo tempo, na vida social ele tenta se mostrar digno de um bom testemunho, enquanto na “igreja-comunidade” ele começa a experimentar cada vez mais intensamente a necessidade de ser percebido como aquilo que ele não é, e, assim, nasce o Discípulo Psíquico Engajado: um crente-homem-natural, mas que pode ser o Arcebispo de qualquer coisa.
Na maioria das vezes o Discípulo Psíquico é religioso, pois a alma pede ritos; assim como o corpo pede água e pão, ela come símbolos.
Já o Discípulo Pneumático não é assim. Ele pode até já ter sido um Discípulo Psíquico que discerniu e fez a virada; entretanto, a maioria dos que se tornam Discípulos Pneumáticos já são assim em razão da qualidade essencial da experiência de Deus que tiveram pela fé desde o inicio.
Paulo, por exemplo, fez uma viagem diferente da de Pedro, que foi de homem natural a homem espiritual. Paulo, entretanto, já nasceu para além do homem natural, como tenho visto acontecer com muitos e muitos.
Paulo simplifica a descrição de tal ser apenas dizendo que ele vive pela fé no Filho de Deus que o amou e a Si mesmo se entregou por ele, e mais: que tal revelação sempre se faz acompanhar do fruto do amor, e o amor é espiritual, pois Deus é amor. Por isso o Discípulo Pneumático é filho exclusivamente do dogma do amor. E para ele, qualquer outra via é inviável.
Ora, o Discípulo Pneumático é um ser Psíquico também. Portanto, se emociona, chora, ri, gargalha, experimenta solidão, sente necessidade de amigos, deseja e quer ser desejado em amor, tem sonhos, gosta do que gosta e prefere o que prefere; e tudo o mais que é como a alma gosta. Todavia, conforme se vê na existência de Paulo, tão evidentes em suas cartas, tais coisas da alma podem e devem ser conduzidas pelo espírito. Em tal caso, não são elas que determinam o andar e o agir (reagir) da pessoa, mas sim a sua consciência, sempre dando preferência à sabedoria em vez do mero impulso ou desejo, e, desse modo, tendo sempre a chance de não se condenar naquilo que aprova, pois no amor não há a vontade de chocar ou de ferir ninguém. E ao mesmo tempo, como o amor é o condutor da verdade de Deus, a pessoa também não deixa de buscar crescer serena e sensatamente naquilo que aprova, conferindo sempre coisas espirituais com coisas espirituais, de modo que ela não se sente mais julgada por ninguém, posto que ela mesma julga em si todas as coisas.
Assim é o caminho do Discípulo Pneumático. Nesse ponto a pessoa goza sem machucar; alegra-se sem ofender; chora sem se lamuriar; enfrenta sem se fazer inimigo; e aprecia tudo o que faz bem, e não apenas o que é sensorialmente gostoso.
Ora, pelo que está acima, por coisas outras ditas anteriormente e por milhares de outras razões ainda a serem declaradas é que estou dizendo tudo o que nos últimos dias tem sido a minha ênfase acerca da alma e do espírito. E tudo isso não com a intenção de desintegrá-los; ao contrário, na intenção de integrá-los, pois a vida abundante vem da integração de todas as dimensões no Espírito Santo — e isso inclui nosso corpo-ser: lugar síntese da integração visível de nosso ser total.
Pense nisso!
Caio
Escrevendo antes de qualquer outro, Paulo diz que há discípulos de Jesus que vivem ainda na alma e há aqueles que vivem no espírito e no Espírito.
Acerca do Discípulo Psíquico, Paulo diz o seguinte:
Ele crê em Jesus numa certa medida. Aceitou a idéia de que Jesus, pelo Seu poder, provou que era Deus. Foi educado a ter “Deus” na vida, por isso — pela prova do Poder, pela satisfação na lógica doutrinária, pela necessidade de Deus na alma e pelos encontros humanos que acontecem quando alguém se aproxima da fé (encontros que, para muitos, constituem o único grupo social de convívio) —, muita gente fica; e crê no que crê; e vai aprendendo a fé como ensino pedagógico; e passa a falar o que sabe; e, assim, se compromete social e publicamente com a fé pela confissão assistida por muitos. E por tal razão, envolve-se mais profundamente com a comunidade, o que leva a pessoa a subir na escala das percepções de terceiros e, depois, das importâncias.
Desse modo, assim surge mais um Discípulo Psíquico, que ensinará a outros o que aprendeu, embora para ele mesmo isso não se traduza, de fato, em paz, em segurança, em consciência firme e segura, em certeza para a vida, em relação com Deus e em entendimento do sentido simples e revolucionário do Evangelho. Tampouco isso o torna pacificado em seu ser, pois apesar de tudo isso, o Discípulo Psíquico ainda vive a experiência de Deus do mesmo modo como vive a experiência psíquica de um relacionamento humano importante (nem sempre essencial). Por isso, ele prova Deus com a alma, com as emoções e com os serviços prestados a Ele no meio do povo. Todavia, ainda assim não passou do nível da alma, e, por tal fato existencial, vive à mercê de impressões, opiniões, percepções de terceiros. Vive angustiado porque é invejoso, ciumento, possessivo, implicante, crescentemente hostil ao mesmo tempo em que é sempre lascivo; sempre sexualmente meio imprensado no ventre pelo estranho peso de desejos. Ao mesmo tempo, na vida social ele tenta se mostrar digno de um bom testemunho, enquanto na “igreja-comunidade” ele começa a experimentar cada vez mais intensamente a necessidade de ser percebido como aquilo que ele não é, e, assim, nasce o Discípulo Psíquico Engajado: um crente-homem-natural, mas que pode ser o Arcebispo de qualquer coisa.
Na maioria das vezes o Discípulo Psíquico é religioso, pois a alma pede ritos; assim como o corpo pede água e pão, ela come símbolos.
Já o Discípulo Pneumático não é assim. Ele pode até já ter sido um Discípulo Psíquico que discerniu e fez a virada; entretanto, a maioria dos que se tornam Discípulos Pneumáticos já são assim em razão da qualidade essencial da experiência de Deus que tiveram pela fé desde o inicio.
Paulo, por exemplo, fez uma viagem diferente da de Pedro, que foi de homem natural a homem espiritual. Paulo, entretanto, já nasceu para além do homem natural, como tenho visto acontecer com muitos e muitos.
Paulo simplifica a descrição de tal ser apenas dizendo que ele vive pela fé no Filho de Deus que o amou e a Si mesmo se entregou por ele, e mais: que tal revelação sempre se faz acompanhar do fruto do amor, e o amor é espiritual, pois Deus é amor. Por isso o Discípulo Pneumático é filho exclusivamente do dogma do amor. E para ele, qualquer outra via é inviável.
Ora, o Discípulo Pneumático é um ser Psíquico também. Portanto, se emociona, chora, ri, gargalha, experimenta solidão, sente necessidade de amigos, deseja e quer ser desejado em amor, tem sonhos, gosta do que gosta e prefere o que prefere; e tudo o mais que é como a alma gosta. Todavia, conforme se vê na existência de Paulo, tão evidentes em suas cartas, tais coisas da alma podem e devem ser conduzidas pelo espírito. Em tal caso, não são elas que determinam o andar e o agir (reagir) da pessoa, mas sim a sua consciência, sempre dando preferência à sabedoria em vez do mero impulso ou desejo, e, desse modo, tendo sempre a chance de não se condenar naquilo que aprova, pois no amor não há a vontade de chocar ou de ferir ninguém. E ao mesmo tempo, como o amor é o condutor da verdade de Deus, a pessoa também não deixa de buscar crescer serena e sensatamente naquilo que aprova, conferindo sempre coisas espirituais com coisas espirituais, de modo que ela não se sente mais julgada por ninguém, posto que ela mesma julga em si todas as coisas.
Assim é o caminho do Discípulo Pneumático. Nesse ponto a pessoa goza sem machucar; alegra-se sem ofender; chora sem se lamuriar; enfrenta sem se fazer inimigo; e aprecia tudo o que faz bem, e não apenas o que é sensorialmente gostoso.
Ora, pelo que está acima, por coisas outras ditas anteriormente e por milhares de outras razões ainda a serem declaradas é que estou dizendo tudo o que nos últimos dias tem sido a minha ênfase acerca da alma e do espírito. E tudo isso não com a intenção de desintegrá-los; ao contrário, na intenção de integrá-los, pois a vida abundante vem da integração de todas as dimensões no Espírito Santo — e isso inclui nosso corpo-ser: lugar síntese da integração visível de nosso ser total.
Pense nisso!
Caio
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Reeducação para a vida
Por Ricardo Godim
Decepções, desapontamentos e traições serviram para reeducar-me.
Eu precisava desaprender alguns valores que incorporei ao longo dos anos.
Minha escola foi complicada. Convivi ao lado de vespas fascinadas por luz de qualquer espécie e também acabei hipinotizado.
Não sei precisar quando, mas, entrevi, em meio às minhas próprias vaidades, que convivia com certos Adônis travestidos de profetas.
Acordei: afetações de gente altiva vinham corroendo valores que aprendera com meu velho pai.
Em algum ponto, notei que tinha chegado a hora de desensoberbecer o coração de delírios jactanciosos.
Hoje converso com a alma para não cobiçar nada que me deixe de gravata lavada e colarinho branco. Quero nunca mais precisar de confete, holofote, palmas.
Proponho a mim mesmo viver sem espalhafato. Depois de muita luta, reconheço: tenho poucos relatos surpreendentes para contar.
Na maioria das vezes falo e não vejo grandes arrebatamentos em quem me ouve.
Querubins não aparecem em minhas preces. Desejo continuar assim. Espero que pessoas comuns se tornem os meus amigos.
Quero a companhia de gente que se sente atraída pela simplicidade.
Não evitarei a densidade de minhas inquietações. Dúvidas me assolam. Lido com desejos impossíveis. Partilho alegria e perplexidade ao lado de famílias com filhos portadores de síndrome genética.
Choro junto de pais de toxicodependentes. Abraço alcoólicos. Decido não distanciar-me do drama humano. Abandono doutrinas que creditavam o sofrimento universal na conta de uma “providência” divina, elas me roubavam a humanidade.
Nesse percurso de solidariedade, me recuso repetir o pessimismo antropológico que trata crianças como pecadoras, víboras, prestes a injetar a peçonha que herdaram de Adão.
Choro com as condições subumanas que ditadores impuseram aos muçulmanos. Não aceito a miséria da Índia como consequência do pecado de idolatria; critico o imperialismo britânico que produziu aquela pobreza extrema. Não me conformo com tentativas de justificar, teologicamente, a sanha destruidora do colonialismo na África e América Latina.
Sei que viver é amedrontador, mas mesmo assim pretendo nunca esquecer de refutar-me. Serei crítico mordaz do que escrevo. Persevarei em duvidar das conclusões que julguei ter alcançado e zombar de minhas certezas.
Não hesitarei quando ver-me encalacrado com os paradoxos de minhas reflexões. Marretarei a teologia que há pouco me fazia sentido. Não serei tímido ao derrubar parapeitos que protegeram convicções. Por que temer a incerteza? Confesso que me sinto desafiado a dialogar com gente que contesta os alicerces religiosos – basta que sejam éticos e íntegros.
Perco o medo de exílios impostos por probos fariseus. De alguma forma, vejo que me preparei para dar de ombro para convites tentadores. Não sonho voltar às luzes da ribalta. Abri mão de conviver com a nata e não me arrependo.
Não nego a angústia de saber-me mortal. Inconformado com a brevidade da vida intensifico o dia-a-dia. Tenho pouco tempo, mas ainda pretendo conhecer alguma geleira chilena, escalar algum pico alpino e mergulhar em algum coral caribenho.
Conto os anos e me pergunto quantos livros lerei. Entenderei a filosofia de Hegel? Degustarei mais poesia? Meditarei nas Escrituras? Noto essa fome de viver sempre que observo a areia da ampulheta escorrer sem trégua.
Assumo que felicidade não é um absoluto, apenas um jeito de perceber os instantes.
Tardiamente, aprendo a transformar refeições em rito sagrado.
Mais do que nunca cuido para que apertos de mão valham como gesto de amizade.
Espero saber rir de falsas onipotências – as minhas, principalmente.
Coloco esperança em meu horizonte existencial. A frágil semente que despretensiosamente planto precisa carregar o destino de ser carvalho.
Breve, passarei. Despeço-me do sonho de Ícaro, não ambiciono o sol; na estrada, basta-me um lampião. Ah, por último: se acendo rastilhos de pólvora, estou contente!
Soli Deo Gloria
Decepções, desapontamentos e traições serviram para reeducar-me.
Eu precisava desaprender alguns valores que incorporei ao longo dos anos.
Minha escola foi complicada. Convivi ao lado de vespas fascinadas por luz de qualquer espécie e também acabei hipinotizado.
Não sei precisar quando, mas, entrevi, em meio às minhas próprias vaidades, que convivia com certos Adônis travestidos de profetas.
Acordei: afetações de gente altiva vinham corroendo valores que aprendera com meu velho pai.
Em algum ponto, notei que tinha chegado a hora de desensoberbecer o coração de delírios jactanciosos.
Hoje converso com a alma para não cobiçar nada que me deixe de gravata lavada e colarinho branco. Quero nunca mais precisar de confete, holofote, palmas.
Proponho a mim mesmo viver sem espalhafato. Depois de muita luta, reconheço: tenho poucos relatos surpreendentes para contar.
Na maioria das vezes falo e não vejo grandes arrebatamentos em quem me ouve.
Querubins não aparecem em minhas preces. Desejo continuar assim. Espero que pessoas comuns se tornem os meus amigos.
Quero a companhia de gente que se sente atraída pela simplicidade.
Não evitarei a densidade de minhas inquietações. Dúvidas me assolam. Lido com desejos impossíveis. Partilho alegria e perplexidade ao lado de famílias com filhos portadores de síndrome genética.
Choro junto de pais de toxicodependentes. Abraço alcoólicos. Decido não distanciar-me do drama humano. Abandono doutrinas que creditavam o sofrimento universal na conta de uma “providência” divina, elas me roubavam a humanidade.
Nesse percurso de solidariedade, me recuso repetir o pessimismo antropológico que trata crianças como pecadoras, víboras, prestes a injetar a peçonha que herdaram de Adão.
Choro com as condições subumanas que ditadores impuseram aos muçulmanos. Não aceito a miséria da Índia como consequência do pecado de idolatria; critico o imperialismo britânico que produziu aquela pobreza extrema. Não me conformo com tentativas de justificar, teologicamente, a sanha destruidora do colonialismo na África e América Latina.
Sei que viver é amedrontador, mas mesmo assim pretendo nunca esquecer de refutar-me. Serei crítico mordaz do que escrevo. Persevarei em duvidar das conclusões que julguei ter alcançado e zombar de minhas certezas.
Não hesitarei quando ver-me encalacrado com os paradoxos de minhas reflexões. Marretarei a teologia que há pouco me fazia sentido. Não serei tímido ao derrubar parapeitos que protegeram convicções. Por que temer a incerteza? Confesso que me sinto desafiado a dialogar com gente que contesta os alicerces religiosos – basta que sejam éticos e íntegros.
Perco o medo de exílios impostos por probos fariseus. De alguma forma, vejo que me preparei para dar de ombro para convites tentadores. Não sonho voltar às luzes da ribalta. Abri mão de conviver com a nata e não me arrependo.
Não nego a angústia de saber-me mortal. Inconformado com a brevidade da vida intensifico o dia-a-dia. Tenho pouco tempo, mas ainda pretendo conhecer alguma geleira chilena, escalar algum pico alpino e mergulhar em algum coral caribenho.
Conto os anos e me pergunto quantos livros lerei. Entenderei a filosofia de Hegel? Degustarei mais poesia? Meditarei nas Escrituras? Noto essa fome de viver sempre que observo a areia da ampulheta escorrer sem trégua.
Assumo que felicidade não é um absoluto, apenas um jeito de perceber os instantes.
Tardiamente, aprendo a transformar refeições em rito sagrado.
Mais do que nunca cuido para que apertos de mão valham como gesto de amizade.
Espero saber rir de falsas onipotências – as minhas, principalmente.
Coloco esperança em meu horizonte existencial. A frágil semente que despretensiosamente planto precisa carregar o destino de ser carvalho.
Breve, passarei. Despeço-me do sonho de Ícaro, não ambiciono o sol; na estrada, basta-me um lampião. Ah, por último: se acendo rastilhos de pólvora, estou contente!
Soli Deo Gloria
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Sandro
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