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sábado, 7 de agosto de 2010

Igreja ou torre de Babel?

A Igreja é uma entidade sobrenatural. Não é fruto da mente engenhosa humana. É constituída por pedras vivas, não por tijolos fabricados pelo homem (1 Ped. 2:5). Assim como o Tabernáculo de Moisés, é um projeto divino para que Deus habite entre os homens, cuja planta e construção se conseguem por revelação e unção apostólica/profética e não pela mera implementação de práticas institucionais.

Babel não foi um projeto de Deus, foi fruto da engenhosidade humana, quando os homens substituíram as pedras por tijolos trabalhados pela mão do homem (Gen 11). O plano de Deus era que eles se espalhassem e povoassem a terra, mas eles preferiram se juntar em uma aliança profana para fazer algo grandioso e assim engrandecer seu nome.

Quando o mover do Espírito na Igreja é substituído pela religiosidade litúrgica, estamos edificando com tijolos trabalhados pela mão do homem. Quando perdemos de vista a Grande Comissão (fazer discípulos, edificá-los, equipá-los, comissioná-los e enviá-los) e tudo o que priorizamos são programas religiosos, aquisição e manutenção de propriedades, pensamos que estamos construindo a Casa de Deus (a Igreja, Ekklesia), mas estamos construindo uma torre de Babel. E se para o leitor é difícil distinguir uma da outra, aqui vão algumas dicas:

A Ekklesia é um organismo. Babel é uma organização.

A Ekklesia visa edificar o Reino de Deus. Babel visa edificar feudos.

A Ekklesia é o mover do Espírito no ajuntamento. Babel, é a força do braço e do carisma do homem.

Ekklesia é nutrir relacionamentos profundos. Babel é a superficialidade dos convívios religiosos.

A Ekklesia é prestação de contas em submissão mútua. Babel é soberba e independência.

A Ekklesia é servir uns aos outros. Babel é a indústria do entretenimento religioso.

Ekklesia é estar juntos na simplicidade e na comunhão do Espírito. Babel ocupa e distrai as pessoas com seus programas religiosos e as ilude com suas obras faraônicas.

A Ekklesia edifica pessoas. Babel edifica edifícios.

A Ekklesia busca engrandecer a Deus e seu Reino. Babel busca engrandecer o nome de um líder ou de uma organização.

A Ekklesia equipa os santos para a obra do ministério. Babel institui clérigos.

A Ekklesia comissiona e delega. Babel controla.

A Ekklesia envia e espalha. Babel junta e institui uma órbita ao redor de si mesma.

A Ekklesia forma o caráter. Babel forma o intelecto.

A Ekklesia cuida de pessoas. Babel as usa.

A Ekklesia dá Vida. Babel suga a vida de você.

Na Ekklesia, líder é aquele que serve. Em Babel, líder é quem manda e controla.

A Ekklesia pastoreia as ovelhas. Babel tira o couro das ovelhas.

A Ekklesia dá de forma extravagante. Babel pede de maneira constante.

A Ekklesia conta os frutos. Babel conta o dinheiro.

A Ekklesia é a encarnação de um mover do Espírito. Babel, na melhor das hipóteses, é somente um monumento do que o Espírito fez no passado.

A Ekklesia é Luz. Babel é confusão e destruição.

♦ ♦ ♦

Que o Senhor nos ajude a distinguir uma coisa da outra e nos proteja.

© Pão & Vinho

2 comentários:

Anônimo disse...

Ultmamente venho observando a submissão do povo às estruturas das igrejas, e ao que elas representam. São fiéis aos estatutos, às normas e práticas, mas dispensam muito do que fora anunciado pelo Senhor. Isso vem ocorrendo por longos tempos e, podemos afirmar, que os resultados já començam a serem sentidos. Esvaziamento, falta de união, desinteresse, não ao aprendizado. As classes dominicais nas igrejas tradicionais, cada vez mais vazias, sem crianças e sem jovens. Apenas adultos de meia e terceira idade. Quando estas duas faixas etárias se forem, adeus classe de ensino. Conversão muito pouco, assim mesmo a um evangelho facilitado, sem renúncia, com identidade pouco diferente de antes de introduzir-se na igreja.
Por outro lado, elementos dissidentes, fundam suas próprias organizações, com tudo girando em torno de suas concepções e interpretações acerca dos assuntos bíblicos. A internet está repleta desses grupos. Se por um lado o tradicionalismo declina, avolumam-se os grupos com ideias mirabolantes, onde o homem tem sido o centro e, em nome dele, afertam valores transitórios, apoiados no "Bem estar bem". Assim, o contexto "cristão" se torna cada vez mais capenga, com exércitos de elementos que entram para o rol das comunidades apenas visando o lado material. Renúncia, o tomar a sua cruz e a entrega incondicional, não fazem parte dos ensinos dessas comunidades. Tudo isso sem contar os péssimos testemunhos, que levam os de fora a nivelarem todos por baixo, como se todos fossem do mesmo naipe.

Emilio

Sandro disse...

Emilio,

Você tem toda a razão.
Obrigado pelo seu comentário.

Abraços.

Sandro

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